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Em Paris, Morales diz que estrangeiros não devem ser "expulsos"

Contudo, segundo ele, o país deve exercer o direito de propriedade sobre os recursos naturais

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou hoje que as empresas estrangeiras do setor dos hidrocarbonetos (gás e petróleo), que acaba de ser nacionalizado, "não devem ser expropriadas nem expulsas". Morales fez essa declaração em Paris, após se reunir com o prefeito da cidade, Bertrand Delanoë, com quem analisou a possibilidade de fazer vigorar programas de cooperação. Sobre a polêmica suscitada pela nacionalização dos hidrocarbonetos, o presidente boliviano ressaltou: "Queremos exercer o direito de propriedade sobre os recursos naturais". Morales lembrou que as empresas estrangeiras afetadas têm "o direito de recuperar seus investimentos" e acrescentou que há um prazo de 180 dias para a negociação. "Estamos em uma etapa de como ter mais parceiros. Buscamos sócios, não donos de nossos recursos naturais", sentenciou o governante boliviano. Morales chegou esta manhã a Paris, procedente de Viena, para uma estadia de pouco mais de 24 horas. A visita foi aberta com um encontro com o prefeito de Paris, a quem explicou as medidas que seu Governo vem tomando, assim como o projeto de mudanças na Constituição. "Queremos uma Assembléia Constituinte, não uma simples reforma da Constituição", disse Morales, que expressou sua satisfação por ter se reunido com Delanoë, com quem conversou sobre projetos de colaboração, sobretudo no âmbito de fornecimento de água à população. O prefeito parisiense manifestou seu desejo de que funcionários e técnicos da Bolívia visitem Paris para estudar projetos concretos de colaboração em vários âmbitos sociais. Delanoë assegurou que a Prefeitura ajudará entidades locais bolivianas e as ONGs que trabalham no país, como a "France Liberté", que é dirigida por Danielle Mitterrand, viúva do ex-presidente francês e que esteve presente na reunião. Na tarde de hoje, Evo Morales terá um encontro com a colônia boliviana em Paris em dependências municipais e na segunda-feira sua agenda é encerrada com uma visita à Unesco para dialogar com o diretor-geral Koichiro Matsuura.

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