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Mercados internacionais fecham em queda com bancos centrais de EUA, China e Europa

Declarações do Fed, Banco do Povo da China e Banco Central Europeu pesaram nos índices do exterior, após sinalizações pessimistas e falta de novos estímulos

Por Sergio Caldas
Atualização:

Com exceção dos EUA, as principais Bolsas do exterior fecharam em baixa generalizada nesta quinta-feira, 20, após a China falhar em adotar estímulos monetários adicionais, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) expressar dúvidas sobre a recuperação dos Estados Unidos e o Banco Central Europeu traçar uma perspectiva pessimista para a economia da zona do euro.

"A recuperação do PIB deve ser menos robusta do que o previsto anteriormente", disse o documento do Federal Reserve, que ainda alertou para o risco da inflação no longo prazo dos Estados Unidos ficar abaixo da meta de 2%. Nesse sentido, o órgão descreveu ainda que houve debate sobre mudanças na estratégia de política monetária. De acordo com o Fed, a estratégia de controle de juros é uma opção a ser reavaliada, uma vez que teria um benefício modesto neste momento.

Mercado de ações do Japão Foto: Eugene Hoshiko/AP Photo

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Em outro ponto do documento, os dirigentes do Fed alertam para a desaceleração do ritmo de melhora do mercado de trabalho. "O número crescente de casos de coronavírus em muitas partes do país levou a atrasos na reabertura de empresas e também à retomada de fechamentos", diz o texto. Uma melhora mais consistente viria apenas com a reabertura ampla e sustentada, o que "dependeria em grande parte da eficácia das medidas de saúde tomadas para limitar a propagação do coronavírus", aponta o órgão.

O tom pessimista da ata, somado a acontecimentos internos, colaboraram nesta quinta para a queda generalizada das Bolsas da Europa Ásia.

Bolsas da Ásia 

Principal índice acionário chinês, o Xangai Composto recuou 1,30%, após o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) decidir manter inalteradas suas taxas de juros de referência para empréstimos de curto e longo prazos pelo quarto mês seguido, em 3,85% e 4,65%, respectivamente. O Shenzhen Composto, que é formado por empresas com menor valor de capital, caiu 1,24%. 

O índice Kospi encerrou a sessão em queda de 3,66%, em meio a relatos de que as novas infecções na Coreia atingiram três dígitos pelo sétimo dia consecutivo. Em outras partes da região asiática, o japonês Nikkei se desvalorizou 1% em Tóquio, enquanto o Hang Seng caiu 1,54% em Hong Kong e o Taiex apresentou expressiva baixa em Taiwan, de 3,26%.

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Após o encerramento dos pregões na maior parte da Ásia, o Ministério do Comércio chinês afirmou que autoridades da China e dos EUA irão discutir questões comerciais por telefone "em breve". No último fim de semana, acabou sendo frustrada uma expectativa de que os dois países discutissem o progresso no cumprimento do acordo comercial de "fase 1", assinado em janeiro.

Na Oceania, a Bolsa australiana ficou igualmente no vermelho, pressionada também por balanços financeiros decepcionantes de petrolíferas locais. O S&P/ASX 200 caiu 0,77% em Sydney.

Bolsas da Europa 

As Bolsas europeias abriram em baixa significativa nesta quinta-feira, à medida que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) soou pessimista quanto à perspectiva de recuperação da economia americana após o choque do coronavírus, em ata de política monetária publicada na tarde de quarta. 

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Por lá, a queda foi ainda maior após o Banco Central Europeu afirmar que desdobramentos positivos nos mercados não são apoiados por dados que de fato o comprovem - com isso, o Stoxx 600 encerrou em baixa de 1,07%. A Bolsa de Londres caiu 1,61%, a de Frankfurt recuou 1,14% e a Paris cedeu 1,33%. Já MilãoMadri e Lisboa caíram 1,44%, 1,42% e 1,12% cada.

Bolsas de Nova York

O dia foi positivo em Nova York. Por lá, Dow Jones subiu 0,17%, S&P 500 teve ganho de 0,32% e o Nasdaq avançou 1,06%, aos 11.264,95 pontos - um novo recorde histórico para um fechamento, motivado pela alta das ações de tecnologia. Apple subiu 2,22% e Netflix ganhou 2,76%.

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Com o bum humor das gigantes de tecnologia, ficou em segundo plano a notícia do Departamento do Trabalho, de que os novos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiram 135 mil na semana, a 1,106 milhão, o que contrariou a previsão de 923 mil dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.

Petróleo 

Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão desta quinta-feira, 20, em queda, com temores sobre a demanda novamente pesando, após os Estados Unidos informarem alta nos pedidos de auxílio-desemprego no país. 

O petróleo WTI para outubro, contrato mais líquido, fechou em baixa de 0,67%, a US$ 42,82 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês caiu 1,03%, a US$ 44,90 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE)./COLABOROU MAIARA SANTIAGO

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