22 de janeiro de 2019 | 17h05
DAVOS - Se em seu discurso público em Davos o presidente Jair Bolsonaro deu poucos detalhes sobre a reforma que apresentará para modificar a Previdência, o tom foi diferente quando ele e seus ministros entraram em uma sala exclusiva, apenas com os presidentes de algumas das maiores empresas do mundo.
Para analistas, Bolsonaro acertou nos temas escolhidos para discurso, mas faltou detalhar medidas
Um dos participantes de uma multinacional contou ao Broadcast/Estadão que o governo prometeu que o projeto de lei da reforma será apresentado "assim que o novo Congresso se reunir". "Eles nos disseram que essa é a prioridade e que o projeto da reforma será apresentado já nos primeiros dias (da nova Legislatura)", contou o executivo.
O governo não deu uma data fechada sobre quando uma votação poderia ocorrer. Mas insistiu que esse será o primeiro trabalho do governo. Bolsonaro, segundo o executivo que esteve na sala, também admitiu que a reforma pode não sair exatamente como eles previam, já que certas "acomodações" terão de ser feitas para garantir sua aprovação.
No encontro, empresas como a Arcelor Mittal, Embraer ou Nestlé estiveram presentes. Segundo o executivo, a reunião foi marcada por diversas perguntas feitas ao novo governo. Várias delas tocariam na questão da capacidade da nova administração federal de convencer a população sobre a necessidade da reforma. "O que quiseram saber é se haveria uma aceitação popular", disse.
Para os empresários, isso pode ser decisivo, já que testaria a capacidade do governo de manter uma certa taxa de popularidade para continuar a governar.
Durante o encontro, Bolsonaro ainda foi cobrado em relação à proteção ambiental, em especial na Amazônia, e quanto a questões relacionadas com a defesa de indígenas.
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