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Em São Roque de Minas, operação no lugar de banco

Foto do author Renato Andrade
Por Renato Andrade e BRASÍLIA
Atualização:

A história de São Roque de Minas se confunde com seu "morador" mais ilustre, o rio São Francisco, que nasce na Serra da Canastra, onde o pequeno município mineiro está encravado. No universo do cooperativismo de crédito, entretanto, a antiga terra dos índios cataguases tem história própria. A cidade de pouco mais de 6 mil habitantes, a 320 quilômetros de Belo Horizonte, não tem agência bancária desde 1991. Mas os moradores não deixaram de ter acesso aos serviços tradicionalmente oferecidos pelos bancos, como conta corrente, poupança e linhas de financiamento ao setor agrícola e os demais segmentos da economia local. Esses serviços têm sido garantidos pela cooperativa fundada e presidida por João Carlos Leite, o "Joãozinho Messias", que, em parceria com outros produtores rurais, abriu a cooperativa no início da década de 1990. "Nenhum banco queria entrar no município, então a gente resolveu formar a cooperativa e atender os produtores rurais e a comunidade", explica. Até hoje, a cidade não tem agência bancária, mas a cooperativa conta com mais de 8,5 mil associados, com operações em São Roque e em mais quatro municípios vizinhos. "A partir de 2004, depois de atingirmos determinado estágio de organização e gestão, o Banco Central liberou abrir o estatuto e hoje trabalhamos com todos os setores produtivos", diz Leite. As cooperativas de crédito operam em 40% dos 850 municípios do Brasil que não contam com uma agência bancária, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Em São Roque, a cooperativa oferece do microcrédito até operações de proteção para os produtores de café no mercado futuro da BM&FBovespa, além de bancar investimentos sociais, como o acesso à internet nas escolas rurais da região. As operações de crédito da cooperativa mineira, que somaram R$ 24,1 milhões em 2007, atingiram quase R$ 32 milhões em junho desse ano.

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