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Dólar fecha abaixo de R$ 5 pela 1ª vez em dois meses; Bolsa perde fôlego, mas encerra em alta

Este é o menor valor para a moeda desde 26 de março, quando o País estava na fase pré-pandemia; B3 chegou a bater nos 97 mil pontos na máxima do dia

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Por Redação
Atualização:

dólar fechou abaixo de R$ 5 nesta sexta-feira, 5, frente ao otimismo com a reabertura econômica e também a melhora do cenário nos Estados Unidos. A moeda americana terminou o dia cotada a R$ 4,9909, uma queda de 2,73%, algo que não acontecia desde 26 de março. A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3também teve resultados positivos e fechou com ganho de 0,86% aos 94.637,06 pontos, apesar de ter perdido o fôlego no final do pregão.

Dólar Foto: Reuters

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A atenção internacional se voltou para os Estados Unidos, que impressionaram com a criação de 2,5 milhões de vagas apenas em maio, o que ajudou a diminuir a taxa de desemprego do país americano para 13,3%. Com uma previsão de fechamento de 8 milhões de vagas, o dado aponta que talvez o pior da crise do coronavírus já tenha passado nos EUA.

No Brasil, que iniciou a reabertura mesmo com o avanço da covid-19, as notícias são de incentivo. O Ministério da Economia deve manter por mais dois meses o pagamento do auxílio emergencial, a princípio, em duas parcelas. Já o Banco Central (BC) reafirmou seu compromisso em criar novas medidas para conseguir levar o crédito as pequenas e médias empresas.

Em um dia favorável aos mercados a nível mundial, o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, chegou a bater nos 97. 355,75 pontos na máxima do dia. No final do pregão, frente a sensação de realização de lucros, a B3 perdeu o fôlego e recuou ao patamar dos 94 mil pontos, mas ainda fechou em sua sexta alta seguida, algo que não acontecia desde outubro.

A Bolsa acumula agora ganho de 8,28% na semana, a maior para cinco dias depois de 9 de abril. No ano, a ela cede 18,17%. Entre as maiores altas, estão Azul, com 10,90%, Yduqs, com 9,38%, Gol, com 9,74% e Via Varejo, com 6,45%.

Cenário local

Segundo bastidores, o ministro da Saúde interino, general Pazuello, está negociando com uma empresa a possibilidade de trazer doses de uma vacina contra o coronavírus ao Brasil. De acordo com a farmacêutica, o País é prioridade porque a América Latina se tornou o novo centro da doença. Segundo dados da última quinta, já são mais de 34 mil mortes e 614 mil infectados.

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O otimismo da sessão desta sexta também 'anulou' o mais recente levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que aponta para uma queda de 84,4% da produção de veículos em todo o País em maio. O número é o pior para o mês 1985.

Câmbio

Na mínima do dia, o dólar era cotado a R$ 4,9348. Na semana, a moeda acumulou queda de 6,52%, a maior baixa semanal desde 2008. Vale lembrar que em 14 de maio ela atingiu a sua máxima nominal histórica, quando não se desconta a inflação, de R$ 5,97.

Nas casas de câmbio, de acordo com levantamento do Estadão/Broadcast, o dólar turismo é negociado perto de R$ 5,30. O dólar para julho fechou com queda de 2,99%, cotado a R$ 4,9725 - também abaixo de R$ 5.

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A trégua política e o cenário exterior mais favorável deram fôlego ao Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, que mede o risco-País. Hoje, o índice caiu aos 202 pontos no final da tarde, frente aos 225 da última quinta-feira, 5. 

Petróleo

As incertezas da sessão anterior foram recompensadas pelos sinais de que a economia dos Estados Unidos pode de fato estar se preparando para uma recuperação rápida, como sugeriu o presidente Donald Trump. Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+)concordou com a realização de uma reunião no próximo sábado, 6, para discutir possíveis novos cortes na produção de barris, após a indecisão vista na última quinta.

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Com isso, o petróleo WTI para julho, referência no mercado americano, fechou com alta de 5,72%, a US$ 39,55 o barril - o ganho semanal foi de 11,44%. Já o Brent para agosto, referência no mercado europeu, teve ganho de 5,78%, a US$ 42,30 o barril - na semana, a alta foi de 11,79%. 

Bolsas do exterior

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A Ásia fechou com alta generalizada. O japonês Nikkei subiu 0,74%, enquanto o Hang Seng avançou 1,66% em Hong Kong, o sul-coreano Kospi se valorizou 1,43% e o Taiex registrou ganho de 0,76% em Taiwan. As altas foram modestas na China continental, com o Xangai Composto e o Shenzhen Composto subindo 0,40% e 0,22%, respectivamente. Na Oceania, o S&P/ASX avançou 0,12% em Sydney.

O cenário positivo nos EUA favoreceu a Europa, onde o índice Stoxx 600 encerrou com alta de 2,48%. Em Londres, a alta foi de  2,25% e em Frankfurt, de 3,36%. A Bolsa de Paris subiu 3,71% e a de Milão, 2,82%. Madri avançou 4,04%, mas Lisboa recuou e fechou com baixa marginal de 0,26%.

O otimismo junto ao aumento do apetite por riscos também favoreceu as Bolsas de Nova York, que registraram recordes na sessão desta sexta. No final, o Dow Jones fechou com alta de 3,15%, o Nasdaq subiu 2,06% e o S&P 500 avançou 2,62%./LUÍS EDUARDO LEAL, ALTAMIRO SILVA JÚNIOR E MAIARA SANTIAGO

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