PUBLICIDADE

Publicidade

Em sessão volátil, Bovespa fecha o dia em queda de 0,20%

Ações do setor siderúrgico e de construção civil pressionam e Bolsa não sustenta alta registrada à tarde

Por Claudia Violante e da Agência Estado
Atualização:

A Bovespa terminou esta segunda-feira, 17, bem melhor do que começou, embora tenha fechado no terreno negativo. A melhora das bolsas norte-americanas à tarde permitiu ao principal índice da Bolsa de São Paulo devolver as perdas fortes exibidas desde cedo e subir. Mas a pressão dos papéis do setor siderúrgico e de construção civil levou o índice de volta para baixo, ajudada pelo sinal negativo das blue chips Petrobras e Vale.   Veja também: Incidente paralisa parte do pregão na BM&F Principais economias do mundo confirmam cenário de crise De olho nos sintomas da crise econômica  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Dicionário da crise    O Ibovespa perdeu 0,20%, aos 35.717,21 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 34.427 pontos (-3,81%) à máxima de 36.373 pontos (+1,63%). Com o desempenho desta segunda, a Bolsa acumula perdas de 4,13%, e, no ano, de 44,09%. O giro financeiro totalizou R$ 3,883 bilhões, dos quais R$ 1,023 bilhão referente ao exercício de contratos de opções sobre ações. Os dados são preliminares.   A segunda-feira reuniu todas as variáveis para as ações caírem. Recessão no Japão, queda das commodities, indicadores débeis nos Estados Unidos, notícias de cortes de empregos e um encontro pouco produtivo do G-20. Ontem à noite em Brasília, chegou a notícia de que a economia japonesa tinha também entrado em recessão - seguindo Reino Unido e zona do euro. No terceiro trimestre, depois de amargar uma queda de 0,9% de abril a junho -, o PIB japonês se contraiu 0,1%.   Nos EUA, a produção industrial dos EUA em outubro até que veio forte, mais do que era esperado (+1,3% ante 0,4% estimado), mas o problema foi no dado de setembro, que foi revisado de um número ruim para um ainda pior. Passou de uma queda de 2,8% para uma baixa de 3,7%, a maior desde fevereiro de 1946. O outro dado divulgado lá hoje também foi fraco: o índice Empire State de atividade industrial caiu para -25,43 em novembro, nível recorde de baixa - embora ligeiramente melhor do que os -27 previstos pelos economistas.   Na economia real, o mercado de trabalho mostrou sinais de fraqueza, pelo menos nos fragilizados bancos. O Citigroup vai diminuir seu quadro de funcionários em 50 mil e o HSBC já cortou 450 empregos em suas operações em Hong Kong. E a minerador australiana BHP Billiton informou que houve um adiamento de pedidos de compra de minério de 5% de sua produção, o que parece ter sido patrocinado pelas siderúrgicas chinesas, segundo analistas. Diante disso tudo, até que o resultado final desta segunda-feira não é de todo ruim. Às 18h15, o Dow Jones caía 0,47%, o S&P, 0,23%, e o Nasdaq, 0,38%.   Na Bovespa, com a queda das commodities, as blue chips Vale e Petrobras recuaram - Vale ON, -1,29%, PNA, -0,82%, Petrobras ON, -0,16%, PN, -1,49%. Na Nymex, o contrato para dezembro do petróleo perdeu 3,66% e fechou em US$ 54,95. As siderúrgicas tiveram recuo um pouco mais firme e ajudaram a sustentar o Ibovespa em baixa. Gerdau PN perdeu 3,29%, Metalúrgica Gerdau PN, -2,99%, Usiminas PNA, -0,73%. CSN ON foi exceção ao subir 1,72%.   As maiores baixas do Ibovespa, no entanto, foram do setor de construção civil. Gafisa ON liderou as perdas ao cair 8,23%, seguida por Rossi Residencial ON, -7,88%, e Cyrela ON, -6,76%. Resultados fracos no terceiro trimestre, revisão das metas de lançamentos e vendas para 2008 e 2009 e a renovação dos temores de que a recessão das economias desenvolvidas vai contaminar o mercado doméstico explicam o forte desconto do setor, segundo operadores ouvidos pela Agência Estado.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.