
20 de março de 2009 | 16h13
A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, disse nesta sexta-feira, 20, na cidade de São Paulo que o mundo vive uma "crise de ideias" que ficou evidente com a atual conjuntura internacional. Cristina acrescentou que os países latino-americanos devem aproveitar essa situação para avançar rumo a seu próprio desenvolvimento.
"Não é só uma crise financeira e econômica, é também uma crise de ideias, o que dá a oportunidade histórica à região de aprofundar os processos de industrialização e inovação tecnológica", afirmou a presidente durante o encerramento de um evento com empresários brasileiros e argentinos.
A chefe de Estado da Argentina convocou o setor financeiro a se colocar "a serviço da produção e do trabalho" e lembrou que inclusive em períodos difíceis da história recente, como os das ditaduras, "os dirigentes brasileiros sempre tiveram a capacidade de desenvolver sua indústria."
Cristina e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerraram nesta sexta o seminário "Oportunidades de Comércio, Negócios e Investimentos entre Argentina e Brasil", realizado desde quinta na sede da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Antes do fim do evento, Lula e Cristina se reuniram em particular para conversar sobre as relações bilaterais e sobre outros assuntos de interesse geral, como a crise mundial. O presidente afirmou que a crise exige soluções coletivas e não individuais. Nesse sentido, defendeu o papel do Grupo dos Vinte (G20, países ricos e principais emergentes), do qual fazem parte Brasil e Argentina, como articulador das possíveis respostas à crise.
"Vimos que o G8 (sete maiores economias do mundo e a Rússia) está longe das necessidades atuais, mas o G20 já é parte da solução. Vamos propor o restabelecimento do fluxo interbancário e de crédito", ressaltou Lula. O G20 fará uma reunião de cúpula a partir do próximo dia 2, em Londres.
Lula ainda disse que o Brasil e Argentina têm "confiança na solidez de suas economias" apesar dos problemas causados pela crise e assegurou: "Cresceremos menos este ano, mas vamos continuar crescendo". Por fim, o presidente declarou que "argentinos e brasileiros não podem se ver como adversários."
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