Embora o cronograma do governo preveja que a faixa de 700 MHz só seja liberada para a oferta de 4G no Estado de São Paulo em 2018, o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), João Rezende, disse ontem que é possível uma antecipação na liberação da frequência, desde que haja "comum acordo" entre as teles e os radiodifusores que atualmente ocupam esse espectro.
"É possível que as empresas de telecomunicações invistam rapidamente na limpeza da faixa em mercados mais interessantes e distribuam os conversores de TV digital aos beneficiários de programas sociais, possibilitando anteciparmos esse cronograma. Mas essa antecipação é de uma complexidade grande, principalmente em grandes metrópoles como São Paulo", disse, após participação em evento em Brasília.
Disputa.
João Rezende voltou a dizer que é possível que um novo entrante no mercado de telecomunicações concorra no leilão da faixa de 700 MHz, marcado para o dia 30 de setembro. Mas o presidente da Anatel não revelou qual empresa estrangeira poderia estar interessada na frequência brasileira. "Há um novo interessado", resumiu. No mercado, especula-se que a americana AT&T e a britânica Vodafone podem ser uma delas.
O presidente da Anatel adiantou ainda que o governo vai leiloar, até julho de 2015, novas sobras de frequências que poderão ser usadas para a oferta de qualquer serviço de telecomunicações, incluindo banda larga móvel e TV. De acordo com ele, serão ofertados lotes nas faixas de 1,8 giga-hertz (GHz), 2,5 GHz e 3,5 GHz.
No caso do 1,8 GHz, a intenção é leiloar a banda H que era ocupada pela extinta Unicel na Região Metropolitana de São Paulo. "Também houve muitas sobras no leilão de 4G no 2,5 GHz realizado em 2012, principalmente em municípios onde a faixa estava ocupada por TVs MMDS (micro-ondas). Será uma oportunidade para pequenos provedores", afirmou Rezende.
De acordo com o superintendente de Planejamento e Regulação da Anatel, Alexandre Bicalho, também serão oferecidos lotes na faixa de 3,5 GHz, originalmente voltada para o serviço de internet sem fio WiMAX, mas que não obteve sucesso em leilões anteriores da agência. "Vamos fazer um leilão inteiramente eletrônico, com lotes voltados para grandes empresas e lotes direcionados para as pequenas", revelou. /
E.R