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Em um ano, CSN mais que dobra de tamanho na Bolsa

Com a valorização das ações brasileiras, empresas alcançaram um novo patamar no mercado internacional

Por Agnaldo Brito
Atualização:

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) fechou o ano como a grande campeã do Ibovespa, principal indicador do mercado de capitais no País. A empresa mais do que dobrou o valor de mercado em 2007. O preço das ações seguiu a tendência e também mais do que duplicou de valor. Cem reais em ações da CSN no primeiro dia de 2007 fecharam o ano valendo R$ 257,66. Segundo levantamento da consultoria Economática, pelo critério de valor de mercado da companhia, a CSN alcançou a cifra de R$ 40,5 bilhões, uma valorização de 144% em relação ao último dia de 2006. O valor cresceu R$ 23,9 bilhões no período, mais do que o triplo do que vale hoje a Sadia, por exemplo. O desempenho surpreendeu, principalmente depois da derrota sofrida pelo controlador Benjamin Steinbruch no fim do ano passado, quando a CSN perdeu para a indiana Tata a disputa pela anglo-holandesa Corus. A empresa, embora menor do que a Gerdau e a Usiminas em capacidade de produção, vale hoje mais do que ambas. Segundo levantamento da Economática, a Gerdau, que comprou 12 empresas esse ano (um recorde), fechou o ano valendo R$ 32,4 bilhões. A Usiminas fechou o ano com valor de R$ 27,3 bilhões. Os resultados financeiros da CSN e a reavaliação dos ativos de mineração da empresa, a começar pela gigantesca mina de ferro da Casa de Pedra, sustentam a alta. Para José Marcos Treiger, diretor de relações com investidores, a demanda por aço no mundo e no Brasil ajudou o bom desempenho da companhia. O lucro líquido acumulado de janeiro a setembro alcançou R$ 2,3 bilhões, 123% acima do valor do ano anterior. Por isso, os planos da CSN agora se concentram no mercado local e na América Latina, onde já começou a avaliar negócios, principalmente na Colômbia. O plano de investimento no curto prazo alcança US$ 8,8 bilhões, US$ 6 bilhões na expansão da capacidade de produção de aço (de 5,6 milhões para 14,6 milhões de toneladas) e todo plano de expansão da produção de minério de ferro, em Casa de Pedra, das atuais 16 milhões de toneladas para 65 milhões. A Vale também teve um excepcional desempenho na Bovespa. O valor de mercado da companhia passou de R$ 144,8 bilhões para R$ 271,5 bilhões, evolução de 87,4%. No final de setembro, a Vale, impulsionada pelas aquisições de companhias como a canadense Inco (uma das maiores produtoras de níquel do mundo) chegou a superar o valor da Petrobrás. A descoberta de grandes reservas de óleo leve numa região remota da Bacia de Santos conduziu a estatal novamente ao posto de maior companhia do País. A empresa encerra 2007, segundo a Economática, com um valor de mercado de R$ 421,9 bilhões, uma valorização, ao longo do ano, de 83,1%. Vale e Petrobrás ostentam hoje o título de maiores companhias da América Latina. O Bradesco, maior banco privado da região, alcançou valor de mercado de R$ 109,5 bilhões. Outro movimento surpreendente do mercado foi na área de alimentos. A Perdigão, alvo da rival Sadia em julho de 2006, virou o jogo e se consolidou no final deste ano como a maior do País. A valorização da empresa, depois de aquisições na área de lácteos e da compra da Eleva, foi de 47,6% no ano, atingindo R$ 7,2 bilhões. A Sadia fechou o ano com bom desempenho na Bovespa, porém insuficiente para superar a rival. O valor da companhia subiu 40,3% no ano e fechou a R$ 6,9 bilhões.

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