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Embaixadora dos EUA critica bancos americanos

Por Agencia Estado
Atualização:

A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna Hrinak, criticou a postura de bancos norte-americanos de investimento que rebaixaram, há duas semanas, a recomendação para papéis da dívida brasileira. Os bancos justificaram a decisão, citando o avanço do candidato do PT à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre o governista José Serra. "Não sou especialista em finanças, mas, em qualquer país, falar em maio de eleições que só acontecerão em outubro é um pouco cedo", afirmou a diplomata, logo após visita ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. E brincou: "Especialmente antes da Copa do Mundo de Futebol. Primeiro a Copa tem de passar, para depois se falar em eleições". Donna, que já foi adida de política do Consulado dos EUA em São Paulo, disse que o único interesse dos Estados Unidos nas eleições brasileiras é a democracia e que a decisão sobre o novo presidente cabe exclusivamente ao povo brasileiro. "Sinto muito mais dinamismo, energia e autoconfiança no País. O ambiente está muito melhor hoje do que quando trabalhei aqui da primeira vez (na década de 80)", afirmou a embaixadora, que assumiu a representação diplomática no último dia 16. Na semana passada, o cônsul-adjunto dos EUA em São Paulo, Milton Charlton, disse que o governo norte-americano acompanha com atenção o andamento do processo eleitoral brasileiro e não tem manifestado maiores preocupações diante da possibilidade de o primeiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vencer as eleições. "Não há maiores preocupações se o Lula ganhar porque ele tem compromisso com a democracia. Um colega do Departamento de Estado já informou isso a Washington", disse ele. Ao comentar as afirmações de ministros brasileiros de que o Brasil poderia não participar da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) por conta do crescente protecionismo norte-americano, Donna limitou-se a dizer que está otimista, mas não demais. Ela admitiu que as negociações serão difíceis, que o processo não é linear e que haverá desvios e passos para trás. "Mas acredito que lograremos", finalizou. Geraldo Alckmin foi o primeiro governador de Estado visitado pela nova embaixadora. Ela também deve encontrar-se com os governadores de Rio de Janeiro e Pernambuco, já que os EUA têm consulado no Rio e em Recife.

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