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Embaixadora dos EUA diz que Alca vai reduzir pobreza

Por Agencia Estado
Atualização:

A embaixadora dos Estados Unidos, Donna Hrinack, disse nesta terça-feira, em São Paulo, que a grande finalidade da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) é reduzir a pobreza e não apenas ampliar estatísticas econômicas ou comerciais. "Estamos fazendo (a Alca) não para termos melhores estatísticas, mas para aliviar a pobreza (na região), uma área onde avançamos bem menos", declarou a embaixadora, durante palestra sobre o impacto da Trade Promotion Authority (TPA, mandato negociador concedido pelo Congresso ao Executivo) na agenda comercial do Brasil e dos Estados Unidos. Para a embaixadora, o livre comércio é uma das formas de reduzir a pobreza. Ela disse também que é necessário que os 34 países que farão parte do bloco se esforcem mais para se informar sobre a Alca, já que quatro de cada cinco brasileiros e quatro de cada cinco norte-americanos não sabem do que se trata. Para uma platéia de mais de 200 empresários, que participaram da 21ª Reunião Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a embaixadora disse serem legítimas as preocupações sobre o crescimento do desemprego com a Alca. "Temos de ser honestos. É claro que algumas pessoas vão perder seu emprego, mas a Alca tem também vantagens", acrescentou. A embaixadora também tentou vender a imagem de que a TPA obtida recentemente pelo presidente George W. Bush para iniciar negociações comerciais com outros países ou blocos é clara, transparente e abrangente. "A TPA não exclui nada. Os EUA vão negociar tudo, incluindo tarifas, lei antidumping e a área agrícola", afirmou Donna, que, no entanto, não explicou porque o Congresso e a Casa Branca não querem informar quais são os mais de 500 itens incluídos na sua lista de produtos sensíveis. "Tudo estará na mesa de negociações", disse. O diretor do Departamento Econômico do Itamaraty, Valdemar Carneiro Leão, confirmou que a TPA traz sim uma longa lista de produtos sensíveis que, por azar, são de interesse direto do Brasil, principalmente os que estão incluídos no capítulo agrícola. "O que verificamos é que, no fundo, o mandato negociador norte-americano procura assegurar ganhos de mercado para produtos norte-americanos e estabelece interesses de buscar maior abertura na área de serviços", criticou o diplomata. Apesar disso, acrescentou Carneiro Leão, a TPA é importante e auspiciosa. Para ele, o mérito da TPA é que permite um novo momento nas negociações comerciais que se encontram em andamento. "Com a TPA, a Alca ganha credibilidade e recebe um impulso adicional nas negociações. Queremos acreditar que nada está vetado. Mas a impressão é que a TPA condiciona e sinaliza entraves no processo negociador.?

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