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Embraer lucrou R$ 1,1 bilhão no ano passado

Por Agencia Estado
Atualização:

A Embraer registrou lucro líquido de R$ 1,101 bilhão no ano passado, com aumento de 70,69% sobre os R$ 645 milhões obtidos em 2000. A receita líquida teve alta de 33,6%, somando R$ 6,989 bilhões. A margem bruta ficou em 41%, ante 30,2% no ano anterior. No ano passado, a fabricante de aviões exportou US$ 2,9 bilhões, equivalente a 98% da receita bruta da empresa. As vendas internacionais corresponderam a 4,8% do total exportado pelo Brasil no ano passado. Pela terceira vez consecutiva, a empresa foi a maior exportadora do País. O presidente da companhia, Maurício Botelho, revelou que 18 opções de compra foram canceladas por clientes após os atentados terroristas de setembro, nos Estados Unidos. Dessas, 15 eram da Rio Sul e três de empresas estrangeiras. Na avaliação de Botelho, a perda de receita com os negócios não foi relevante. "Trata-se de algo inferior a US$ 1 bilhão", afirmou. O executivo ressaltou, por diversas vezes durante apresentação do balanço da companhia, que nenhum pedido firme foi cancelado, havendo apenas reprogramação de entregas. O executivo também afirmou que a participação do segmento de aviões comerciais na composição da receita da empresa deve recuar dos atuais 87% para 65% no fim de cinco anos. Segundo Botelho, as demais áreas de atuação da empresa - defesa, mercado corporativo e peças e serviços - tendem a evoluir nesse período. Ele destacou os negócios no setor militar para o qual a empresa desenvolve aviões específicos para serviços de inteligência, supervisão e ataque leve. Para o presidente da Embraer, a companhia deve voltar a crescer de forma acentuada em 2003. "Com os atentados aos EUA, nosso padrão de crescimento foi adiado por dois anos", comentou. Para este ano, o executivo prevê nível de negócios semelhante ao do ano passado, ainda como reflexo da crise mundial no setor. "Hoje temos cerca de 2 mil aviões no chão e 1.300 deles talvez não voltem a voar, por estarem velhos ou com problemas técnicos", destacou. Dessa forma, restariam cerca de 700 aeronaves para retomar o ritmo atual, e só então "as novas encomendas de porte podem voltar". O executivo reiterou a aposta no crescimento da aviação regional e disse que o ponto crítico do mercado é a atual incapacidade dos clientes de financiar novos negócios. Botelho calcula que nos próximos dez anos a demanda do mercado mundial por aviões de 30 lugares a 108 lugares atinja a casa de 4.100 unidades. Planos A Embraer planeja investir US$1,3 bilhão até 2006. Desse montante, a maior parcela anual, de US$ 331 milhões, será desembolsada este ano. A área de pesquisa e desenvolvimento da empresa ficará com cerca de 75% do total empregado ao longo do período, sendo o restante destinado à capacitação industrial e produtividade. Botelho disse que, apesar da crise no setor após os atentados de terroristas de setembro, a Embraer manteve sua política de investimentos. Em 2001 foram gastos R$ 301 milhões (equivalente a US$128 milhões) em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e na manutenção e melhoria dos atuais.

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