O presidente da Embraer, Maurício Botelho, afirmou hoje, em São Paulo, que a Embraer lutará contra o uso de subsídios por parte do Canadá, que podem ajudar a sua concorrente Bombardier a financiar cerca de US$ 700 milhões para lançar a família de jatos C, que têm entre 100 e 135 assentos. "Não vamos permitir subsídios, caso eles se confirmem", disse. Ele lembrou que o Brasil entrou com processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o uso de subsídios canadenses na Bombardier. A medida do Canadá foi considerada ilegal. De acordo com Botelho, a nova família de jatos da Embraer, que tem entre 70 e 118 lugares, custou US$ 1 bilhão, com aportes custeados pela geração de caixa da empresa, por seus parceiros e por recursos obtidos no mercado financeiro. "Riqueza a gente gera com empreendedorismo custeado por capital próprio. No ambiente de competição destrutiva, como o aéreo, não podemos permitir condições desiguais entre os competidores", declarou. Botelho admitiu que o novo jato da Bombardier, de 100 lugares, competirá diretamente com os modelos EMBRAER 190 e 195. O outro modelo companhia canadense, de 135 assentos, competirá com modelos da Boeing e da Airbus. Ele ressaltou que esses aviões vão demorar pelo menos cinco anos para chegar ao mercado, enquanto o Embraer 195 já deverá ter sua certificação em julho de 2006. "Portanto, considero este novo projeto da Bombardier de alto risco", comentou.