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Embraer reduz projeções financeiras e de entregas na aviação executiva

Segundo a fabricante brasileira, embora o mercado global de jatos executivos siga melhorando, a recuperação tem se mostrado mais lenta do que o esperado

Por Rodrigo Petry e Letícia Fucuchima
Atualização:

A Embraer anunciou nesta quarta-feira, 16, uma revisão de suas projeções financeiras. Houve piora das estimativas para receita líquida, Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), Ebit (lucro antes dos juros e tributos) e margem Ebit (operacional), além de entregas de jatos executivos, em relação ao previsto anteriormente, em março do ano passado.

Para as entregas de aviação comercial, a Embraer manteve a expectativa entre 85 e 95 aeronaves. Foto: Roosevelt Cassio|Reuters

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Segundo a fabricante brasileira, embora o mercado global de jatos executivos siga melhorando, a recuperação tem se mostrado mais lenta do que o esperado. Diante desse cenário, a empresa afirma ter optado por uma postura "mais cautelosa" para as entregas de aeronaves executivas, estimando agora 91 unidades, contra a faixa inicialmente prevista de 105 a 125 jatos.

No comunicado, a Embraer destaca ainda seu "crescente foco" em melhorar a rentabilidade e preservação de preços no segmento e recorda o lançamento dos novos modelos Praetors, cujas primeiras entregas acontecerão em 2019.

Para as entregas de aviação comercial, a Embraer manteve a expectativa entre 85 e 95 aeronaves.

Diante do menor volume de entregas no segmento executivo e de uma redução dos valores esperados para Defesa & Segurança – devido à revisão da base de custos do KC-390 ocorrida no segundo trimestre do ano passado, motivada pelo incidente com o protótipo 001 –, a projeção para receita líquida consolidada passou para US$ 5,1 bilhão em 2018, inferior à faixa de US$ 5,4 bilhão e US$ 5,9 bilhão esperada anteriormente.

As revisões em aviação executiva e Defesa & Segurança resultaram também em menor alavancagem operacional da Embraer, impactando as previsões para Ebit, margem Ebit, Ebitda e margem Ebitda em 2018. Os novos valores foram ajustados para excluir o impacto de US$ 127,2 milhões relacionados à revisão de base de custos do KC-390.

A Embraer passou a esperar um Ebit de US$ 200 milhões em 2018, contra US$ 270 milhões e US$ 355 milhões inicialmente previstos. Para a margem Ebit, a nova projeção é de algo em torno de 4%, contra a expectativa anterior de 5% a 6%.

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Já para Ebitda, os novos valores contemplam US$ 480 milhões, contra US$ 540 milhões a US$ 650 milhões anteriores. A margem Ebitda deve ficar ao redor de 9%, ante 10% a 11% esperados antes.

Também foram feitas reduções nas expectativas para gastos com investimentos (US$ 300 milhões, contra US$ 550 milhões anteriores) – sem impacto no desenvolvimento de projetos, frisa a Embraer – e uso de caixa livre, de US$ 200 milhões, frente à expectativa anterior de uso de US$ 100 milhões ou melhor.

Futuro

Para 2020, com a perspectiva de conclusão do acordo com a Boeing, a Embraer divulga projeções que contemplam 100% dos resultados esperados dos segmentos de Aviação Executiva e Defesa & Segurança, excluindo os resultados da participação de 20% da Embraer na JV Aviação Comercial em parceria com a Boeing.

Dessa forma, a Embraer espera atingir uma receita líquida entre US$ 2,5 bilhões e US$ 2,8 bilhões, com uma margem Ebit entre 2% e 5% e uma geração de fluxo de caixa livre de aproximadamente zero (breakeven) no ano de 2020. 

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