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Embratel lidera perdas na bolsa neste ano

Papéis da Embratel fecharam 2001 com recuo de 65,9% (PN) e 49,1% (ON), o pior desempenho do ano. Telesp Celular e Telemig Celular Participações também estão entre as dez maiores quedas.

Por Agencia Estado
Atualização:

As ações da Embratel encerraram 2001 com o pior desempenho entre as que integram o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa). Os papéis PN (preferenciais, sem direito a voto) da empresa lideraram as perdas com 65,9% e os ON (ordinárias, com direito a voto) recuaram 49,1%, ocupando a quarta colocação geral. No período, o Ibovespa caiu 9,8%. O acompanhamento, com base nos dados da Economática, considerou a performance no ano até o dia 27 de dezembro. Além da Embratel, outras duas ações de empresas de telecomunicações apareceram entre as dez maiores quedas: Telesp Celular PN (56,8%), em 3.º, e Telemig Celular Participações PN (27,8%), em 7.º. Na opinião da analista Carolina Gava, da BES Securities, os resultados da Embratel foram duramente afetados este ano em função da desvalorização cambial e de provisões para devedores duvidosos (PDD). "A empresa demonstrou vulnerabilidade financeira e elevada inadimplência", disse. O volume de PDD da companhia deverá representar mais de 20% da receita bruta de 2001. Ela projeta prejuízo líquido de R$ 581 milhões para o ano, revertendo o lucro de R$ 577 milhões apurado em 2000. Em relação às celulares Telesp e Telemig, Carolina disse que as ações da primeira sofreram na Bolsa devido à desistência da oferta pública anunciada pela Portugal Telecom e a segunda acabou descontada sem motivo específico. Para 2002, ela acredita que a Embratel conseguirá reduzir o nível de PDD somente no segundo semestre. "O desempenho dependerá muito do comportamento do câmbio." No geral, concluiu, a perspectiva de estabilidade do dólar deve reduzir a pressão sobre as dívidas das teles. Globocabo é a 2a pior Outro destaque negativo do Ibovespa foi a Globocabo, com desvalorização de 61% no ano, a segunda maior da pesquisa. Jacqueline Lison, analista da Fator Doria Atherino, lembrou que mais da metade da dívida da companhia é em moeda estrangeira, o que pesou com a desvalorização do real. Além disso, afirmou, a Globocabo foi uma das mais afetadas com a queda na atividade econômica este ano e para 2002 o cenário não é animador. "Não se espera um crescimento substancial da economia no próximo ano e o ramo de TV por assinatura depende do aumento da renda." Na contramão do mercado, os papéis da Souza Cruz quase dobraram de preço em 2001. O ganho foi de 98,2%, superando com folga o Banco do Brasil, cujas ações aparecem em segundo e terceiro lugares, sendo 86,7% nas ON e 76,2% nas PN.

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