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Emergentes foram cruciais para empresas de bens de consumo

Por JESSICA WOHL
Atualização:

Os países emergentes foram cruciais para as empresas de bens de consumo no primeiro trimestre, com fortes vendas em países como a China ajudando o lucro, enquanto mercados como os Estados Unidos continuam um ambiente desafiador. A anglo-holandesa Unilever e as norte-americanas Procter & Gamble Co e Colgate-Palmolive divulgaram sólidos aumentos no volume de vendas nesta quinta-feira, beneficiadas também pela fraca base de comparação do início de 2009, quando os consumidores reduziram os gastos em meio à crise global. A Unilever está vendo sinais encorajadores de recuperação, disse o presidente-executivo da companhia, Paul Polman. A companhia viu robusto crescimento em mercados emergentes que compensou a estagnação em algumas regiões desenvolvidas, e suas ações subiram 3,34 por cento na Bolsa de Londres. Já a Procter & Gamble apresentou vendas decepcionantes e projeções abaixo das estimativas de Wall Street para o atual trimestre, o que levou a uma queda de quase 3 por cento de suas ações. Analistas destacaram nos resultados da empresa o fato de que a P&G registrou seu maior crescimento em volume físico em mais de quatro anos, devido principalmente aos ganhos de dois dígitos registrados em mercados emergentes como Brasil e Turquia. Mas, acrescentando vendas em dólar piores que o esperado, o crescimento no volume sugere um aumento nos descontos da P&G como forma de atrair consumidores num hesitante processo de recuperação econômica. A P&G, que elevou seus dividendos em 9,5 por cento na semana passada, afirmou que irá recomprar cerca de 6 bilhões de dólares em ações este ano, acima de sua estimativa inicial de cerca de 5 bilhões. A divulgação dos resultados seguem o anúncio do departamento do Trabalho dos EUA nesta quinta-feira de que o número de novos pedidos de desempregos caiu um pouco menos que o esperado, indicando uma melhora apenas gradual no mercado de trabalho. As maiores fabricantes de bens de consumo estão focando em novos lançamentos este ano para atrair consumidores, mas correm o risco de exagerar no marketing para ganhar em volume de vendas às custas de vendas totais. A Colgate aumentou seus gastos com publicidade no primeiro trimestre de 9,1 por cento para 11 por cento, e a P&G afirmou que suas despesas com publicidade devem crescer novamente neste trimestre. O volume de vendas da Colgate teve alta de 6 por cento. A empresa afirmou que sua fatia do mercado global de pastas de dente cresceu, principalmente devido a ganhos no México, Brasil, China, Índia, Rússia, Venezuela e Grécia. As vendas da Colgate cresceram 9,5 por cento, mas a empresa registrou uma queda no lucro ao assumir um pesado encargo devido à superinflação da Venezuela. As ações da empresa caíram 0,6 por cento. (Reportagem de Jessica Wohl em Chicago e David Jones em Londres)

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