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Emergentes mantêm GM no topo do mercado

Mesmo em crise nos EUA, empresa cresce em outros países e voltou até a superar a Toyota no 2.º trimestre

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Mercados fora dos Estados Unidos, especialmente os asiáticos, vão ajudar a americana General Motors a manter-se no grupo das maiores montadoras mundiais, mesmo após a reestruturação em curso para evitar a falência do grupo, avaliam analistas. Só no mês de julho, as vendas na China, segundo maior consumidor de veículos da GM, cresceram 77,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, para 144,6 mil unidades, enquanto nos EUA caíram 19,4%, para 189,4 mil. No Brasil, terceiro maior mercado da marca, as vendas praticamente se igualaram às de um ano atrás, com 56 mil veículos. Os dados consolidados do primeiro semestre mostram uma GM reagindo, depois de passar 40 dias em concordata nos EUA. No segundo trimestre, a marca reconquistou a liderança do mercado mundial. Na soma do semestre, porém, ficou atrás da japonesa Toyota, que vendeu 3,56 milhões de veículos, apenas 100 mil a mais que a concorrente. A reação é puxada por países que conseguiram manter aquecida a demanda por carros, a maioria por conta de incentivos recebidos dos governos para aliviar os efeitos da crise internacional, casos de Brasil, Alemanha e a própria China, entre outros. "Mesmo com toda a crise, a GM vai continuar sendo uma grande montadora", aposta Luiz Carlos Augusto, diretor da consultoria Jato Dynamics no Brasil. A América do Norte segue sendo o principal mercado da GM, com 32,6% das vendas globais, mas essa participação, até pouco tempo, era superior a 50%. A região da Ásia/Pacífico já corresponde a 27,3% das vendas, enquanto a Europa fica com 24,7% e a América Latina, África e Oriente Médio com 15,4%. Só a China vendeu, de janeiro a julho, 959 mil veículos da marca, um aumento de 42,8% em relação ao mesmo período de 2008. Os EUA compraram 1,143 milhões de modelos da GM, 37,8% a menos que em 2008. No Brasil, os negócios somaram 326,4 mil unidades, uma queda de 4,8%. DEMANDA ROBUSTA A China continuará a ser o condutor do crescimento da GM, por cauda da demanda robusta por veículos no país, mesmo com a desaceleração econômica ainda pesando nas vendas no restante do mundo, disse ontem Johan Willems, vice-presidente de comunicações das operações internacionais da GM. Segundo Willems, o crescimento das vendas no país é impulsionado também pelos incentivos oferecidos pelo governo para veículos pequenos. Para ele, isso tem ajudado a manter o apetite dos consumidores. "No geral, o mercado da China está forte e não há muitos sinais de que isso vai sumir", disse Willems, em Bangcoc, na Tailândia. O executivo afirmou que a GM precisará expandir as concessionárias e as fábricas se quiser atingir a meta de vender 2 milhões de veículos na China até 2014. A GM, que saiu da concordata no mês passado e tem o governo dos EUA como principal acionista, mudou a sede de suas operações internacionais para Xangai, enfatizando a importância do mercado chinês para seu futuro. Levantamento feito pela consultoria Jato mostra que, embora o volume de vendas seja importante na China, a participação da GM no mercado total de automóveis e comerciais leves no país ficou em 7,26% no primeiro semestre, pouco inferior aos 7,5% do ano passado. Nos Estados Unidos e no Brasil, a fatia de cada mercado é similar, na casa dos 19%, ante 21% registrado no ano passado em ambos o mercados.

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