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Emergentes pedem na OMC mais acesso a mercado de trabalho

Por Agencia Estado
Atualização:

O governo brasileiro, juntamente com um grupo de países emergentes como Índia e China, pediu hoje (2) na Organização Mundial do Comércio (OMC) que os países ricos dêem maior abertura de seus mercados para trabalhadores vindos de economias mais pobres. Em um documento distribuído aos membros da OMC, o bloco de países alerta que o grau de concessão feito até agora pelo mundo rico na abertura de suas fronteiras a profissionais estrangeiros ainda não corresponde à necessidade de se negociar um sistema comercial que possibilite o maior desenvolvimento das economias emergentes. Para Brasília, a iniciativa faz parte da estratégia do País de elaborar até julho uma política de migração que permita que profissionais brasileiros possam encontrar nichos de trabalho em países ricos e que estejam precisando de mão-de-obra. Há dois anos, por exemplo, açougueiros brasileiros foram levados à Irlanda para trabalhar em empresas locais que não encontravam funcionários diante do aumento da demanda. Na Alemanha, estima-se que a economia local precisará de 50 mil técnicos de computação vindos do exterior para que o desenvolvimento tecnológico do país possa ser mantido. Parte do interesse do governo em "exportar" trabalhadores ocorre diante do desemprego que atinge o País. Mas o principal motivo da política seria financeiro. Em 2003, os brasileiros que vivem no exterior enviaram para o País US$ 5 bilhões, quase metade de todo o investimento feito por empresas estrangeiras no mercado nacional. Pelo documento entregue à OMC, os governos criticam as ofertas iniciais de abertura feitas pelos países ricos e alertam que em alguns casos, como o dos Estados Unidos, nenhum compromisso de abertura foi anunciado. As ofertas de abertura apresentradas pelos europeus, canadenses, japoneses, suíços e australianos também deixam a desejar. Por enquanto, os países ricos citam apenas facilidades para visitas temporárias de empresários e de funcionários contratados por multinacionais. No caso de trabalhadores independentes, a abertura é praticamente ignorada pelos países ricos, que também não oferecem qualquer mudança em suas leis de duração da estadia de um estrangeiro ou no estabelecimento de cotas para a entrada de trabalhadores. Os países ricos ainda evitam falar em mudanças nos procedimentos para a obtenção de vistos de trabalho, em especial diante do desemprego que atinge a Europa e o temor do terrorismo nos Estados Unidos.

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