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Emergentes são exemplo para a Nova GM

Empresa crescia no Brasil, Índia e China enquanto afundava nos EUA

Por Heather Timmons
Atualização:

Como será a nova GM? Parte dessa resposta pode ser encontrada na sede indiana da General Motors, um edifício novo e moderno cercado por ruas sujas e barracões feitos de lata. Nas paredes estão lembranças do passado da companhia, incluindo fotos do Corvette 1953. Carros esportivos, no entanto, são a última coisa nos planos da GM Índia. Ainda esta semana em Délhi, a GM Índia vai apresentar seu primeiro carro movido a gás natural. Também neste ano, pretende mostrar um minicarro desenvolvido especialmente para o mercado indiano, com a ajuda de 1,5 mil engenheiros preocupados com a simplicidade. Enquanto se prepara para uma reestruturação dolorosa nos Estados Unidos e no Canadá, e se livra de suas operações na Europa, as operações da companhia em mercados emergentes, como China, Índia e Brasil, têm sobrevivido virtualmente incólumes, pelo menos até agora. Diferentemente das operações nos Estados Unidos, essas unidades vêm apresentando crescimento. As vendas aumentaram 10% no ano passado no Brasil, 9% na Índia e 6% na China. Números recentes em algumas áreas são ainda melhores - as vendas da GM na região Ásia-Pacífico apresentaram um aumento de 44% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nesses mercados, a GM sempre agiu como uma empresa completamente diferente daquela que entrou em colapso em Detroit. Na China, a montadora passou anos enfatizando a economia de combustível e o preço baixo. No Brasil, desenvolveu motores flexíveis que usam tanto etanol quanto gasolina, além de picapes compactas. Na Índia, seu novo minicarro terá preço para competir com o Nano, da Tata, de US$ 2,5 mil. A mão de obra mais barata nesses mercados ajudou a reforçar as margens de lucro, enquanto milhões de pessoas que ainda não têm carro fazem as vendas aumentarem. A agora chamada Nova GM pode ter nesses mercados emergentes uma boa fatia dos seus negócios (os mercados emergentes responderam por 40% das vendas da empresa em 2008, se forem desconsideradas as vendas na Europa). E esses negócios internacionais, que foram impedidos de receber recursos do governo americano, terão de se autossustentar até que a matriz se recupere. Os diretores da GM nos mercados emergentes dizem estar prontos para voltar ao trabalho. A GM Índia tem dito a clientes e revendedores que "está feito, e todo mundo sabe como isso é, por isso vamos em frente", disse na terça-feira o presidente da companhia no país, Karl Slym. Slym, um executivo britânico que trabalhou para a empresa na Polônia, Alemanha, Coreia do Sul e Estados Unidos antes de chegar à Índia, disse que espera acrescentar 50 novos revendedores no país este ano, ganhando mercado nas áreas rurais. BRASIL O presidente da GM do Brasil, Jaime Ardila, disse a repórteres que a companhia teve um grande desempenho em 2008 e que espera um 2009 lucrativo. A redução de impostos feita pelo governo ajudou a manter o mercado automotivo sólido no Brasil, apesar da queda global, e as vendas da GM tiveram aumento de 2% em maio em relação a abril. A companhia tem um plano de investimentos de US$ 2,5 bilhões nas operações da América Latina até 2012, que deve ser financiado inteiramente pelas subsidiárias. "A América Latina é provavelmente um dos mercados mais atraentes globalmente nos próximos 10 anos", disse Stuart Pearson, analista do Credit Suisse em Londres. "A economia local não enfrenta tantas dificuldades quanto em crises passadas."

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