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Emergentes vão liderar aumento na demanda de recursos naturais

Segundo o UBS, Brasil, China e Índia vão liderar o aumento na demanda de recursos naturais nos próximos 20 anos, principalmente energia e minérios

Por Agencia Estado
Atualização:

Os países emergentes, entre eles o Brasil, China e Índia, vão liderar o aumento na demanda de recursos naturais nos próximos 20 anos, principalmente energia e minérios, para sustentar seus crescimentos econômicos. A avaliação é do UBS, que aponta em um relatório enviado a seus milionários clientes que o fenômeno justifica investimentos no setor de commodities para abastecer esses mercados e com retorno financeiro garantido. Para o banco, as altas no preço do petróleo continuarão pelos próximos cinco anos. Segundo os economistas do maior banco suíço, o fornecimento de petróleo, gás natural e minérios estará comprometido se não houver novos investimentos nesses setores. O UBS deixa claro que não há uma falta desses recursos naturais hoje no planeta, mas sim a falta de infra-estrutura e condições para que o abastecimento esteja garantido nos próximos anos. Outro fator que deve pesar nas equações sobre a demanda por recursos naturais é a situação econômica dos países emergentes. Para o UBS, o perfil da renda mundial está prestes a sofrer grande mudança. Na avaliação do banco, a diferença de riqueza entre os países desenvolvidos e os emergentes deve diminuir e, conseqüentemente, o peso dos países ricos vai também diminuir na economia mundial. As economias centrais, como Europa, Estados Unidos e Japão, continuarão sendo as maiores consumidoras de recursos naturais, mas a principal força para o crescimento da demanda virá dos países emergentes, onde a renda média deve sofrer um aumento no próximo século. Diante da falta de investimentos em alguns setores e da demanda crescente dos países emergentes, portanto, o UBS acredita que o mercado do petróleo continuará instável por pelo menos mais cinco anos. "A alta nos preços do barris estão apenas começando", afirmam os analistas da instituição de maior prestígio na Suíça. Para os especialistas, o fornecimento estará em seu limite nos próximos anos, também graças aos problemas geopolíticos nas áreas de produção do petróleo. Para o UBS, a produção de petróleo chegará a um pico nos próximos 25 anos, com uma média de 110 milhões de barris por dia. Por enquanto, portanto, os analistas acham que não existem evidencias ainda para se falar em uma falta do produto caso os investimentos que são necessários sejam feitos. Mas com a alta no valor do petróleo e com as exigências cada vez maiores no campo ambiental, o banco admite que o gás natural e outras alternativas ao combustível fóssil ganharão espaço nos próximos anos e vários países buscarão reduzir sua dependência ao petróleo. No caso do gás natural, o UBS estima que a produção pode superar a do petróleo já na década de 2030. China, Índia e América do Norte devem se tornar grandes importadores do gás a partir de 2020. Minerais Quanto ao consumo de metais, os analistas apontam que os países emergentes foram os que mais aumentaram a demanda desde os anos 90. Sem os investimentos necessários, alguns setores se viram com os menores estoques em mais de 20 anos, como no cobre e níquel. Segundo o UBS, a falta de projetos de investimentos nesses setores vai limitar a capacidade de expansão desses setores. Outro problema são as barreiras para o comércio internacional dos produtos de minério. Mais uma vez, porém, o problema não é a falta de reservas de metais, que ainda seriam abundantes. O relatório aponta que o capital investido no setor começa a aumentar. Mas não será suficiente para modificar o cenário pelos próximos cinco anos. Retorno Diante do cenário de abundância de recursos e alternativas, demanda cada vez maior por parte dos países emergentes e falta de investimentos, o UBS aponta que os retornos de projetos na área de recursos naturais podem ser elevados. O banco sugere que os clientes incluam commodities em seus portfólios e mesmo que invistam em projetos. O setor gerou mais lucros que os papéis da dívida americana entre 1990 e 2003, com ganhos de 4% por ano em termos reais. Para os próximos cinco anos, essa taxa pode chegar a 6,9%.

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