Publicidade

Emgea foi criada há 13 anos com 'prazo de validade'

Foto do author Murilo Rodrigues Alves
Foto do author Adriana Fernandes
Por Murilo Rodrigues Alves e Adriana Fernandes
Atualização:

A cessão dos 2 milhões de contratos da Caixa Econômica Federal foi essencial para garantir uma sobrevida à Emgea. Criada há 13 anos no governo de Fernando Henrique Cardoso, a empresa tinha prazo de validade. Sua missão era renegociar 1,2 milhão de contratos de crédito imobiliário cedidos pela Caixa em 2001 e, após isso, encerrar as atividades. A carteira original foi quase toda resolvida: só restam 250 mil contratos. Nos últimos anos, a Emgea, que ganhou experiência no mercado, manteve contato com vários órgãos públicos para adquirir mais contratos atrasados. A lista inclui não só a Caixa, mas também o Banco do Brasil e até o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que não fizeram parte da transferência de créditos de 2001. O BB, porém, tem sua própria empresa de renegociação de dívidas - a Ativos. Atualmente, a Emgea tem R$ 17 bilhões de ativos totais, boa parte representada pelos contratos habitacionais da primeira leva que estão nas últimas tentativas de renegociação - apelando até para a judicialização dos casos. Cerca de 100 funcionários - a maior parte cedida por Caixa e BB - trabalham na empresa ligada ao Ministério da Fazenda. A parte mais difícil do trabalho é chegar em um "parâmetro justo" de descontos das dívidas, informou a empresa. Essa análise passa não só pelo ministério, mas também pelos órgãos de controle e fiscalização federais. Nessa conta, pesa a probabilidade de quitação do financiamento com o desconto concedido. A empresa privilegia a busca de solução negociada para os conflitos que envolvem contratos habitacionais. No entanto, nem sempre é possível e alguns imóveis são retomados. Até o fim de agosto deste ano, a empresa já leiloou 30 mil imóveis. A estatal é proprietária de outros 1.675 imóveis que estão aptos à venda e de 2.334 com pendências que, no momento, impedem sua alienação.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.