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Emirados Árabes, Uruguai e Bangladesh passam a fazer parte do banco do Brics

Novo Banco de Desenvolvimento iniciou a expansão de seu quadro de  membros e próximo país a aderir deve ser da África; instituição tem como característica oferecer recursos voltados à infraestrutura

Foto do author Célia Froufe
Por Célia Froufe (Broadcast)
Atualização:

BRASÍLIA - O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) - criado pelo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em 2015 - anunciou que iniciou a expansão de seu quadro de membros. A intenção vinha sendo amadurecida há dois anos, mas foi formalizada esta semana com a aprovação da admissão de Emirados Árabes Unidos, Uruguai e Bangladesh. O Estadão apurou que o processo ainda não terminou, com um quarto sócio - provavelmente um país da África - devendo ser conhecido até o fim do ano.

“Os novos membros terão no NDB uma plataforma para fomentar sua cooperação em infraestrutura e desenvolvimento sustentável”, disse o presidente do banco, que tem sede em Xangai, Marcos Troyjo. “Continuaremos a expandir o número de membros do Banco de maneira gradual e equilibrada”, informou o brasileiro. 

Bandeiras de países integrantes do Brics: Rússia, Índia, Brasil, China e África do Sul. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Uma das características do NDB é oferecer recursos voltados à infraestrutura. Pelo estatuto do banco do Brics, como é mais conhecido, qualquer país que faça parte da Organização das Nações Unidas (ONU) pode ser membro da instituição. A ideia, no entanto, é justamente concentrar as atenções em países emergentes para manter uma estrutura diferenciada dos grandes bancos multilaterais que já estão em operação há mais tempo.

Por ser mais novo e contar com uma estrutura mais enxuta, o NDB é tido internamente como uma instituição mais ágil para a aprovação de financiamentos. De acordo com o banco, desde o início de suas operações, foram aprovados cerca de 80 projetos em todos os seus membros, totalizando uma carteira de US$ 30 bilhões (R$ 160 bilhões).

Apesar dos ingressos anunciados e os que estão por vir - uma expectativa de quatro novos membros a cada ano -, a ideia é que os fundadores continuem a ter mais de metade do peso dos votos na instituição, atualmente de 55%. Entre os países dos BRICS, há paridade, com 20% a cargo de cada sócio.

É de olho na diversificação geográfica, que seguirá a instituição. Por isso, as atenções agora se voltam para a África, de onde deve sair o novo membro de economia relevante e alto crescimento. O mesmo critério se valeu para os entrantes. Os Emirados Árabes Unidos deixaram de ser vistos como uma economia dependente de recursos fósseis para se transformarem num hub financeiro global. Assim como o Uruguai, tem uma boa classificação soberana, o que contribui para o perfil do NDB. Bangladesh é tida dentro do banco como a maior história de sucesso da última década e é apontada como o país asiático que mais cresce dentro do continente com a maior expansão econômica do momento.

“A adesão dos Emirados Árabes Unidos ao Novo Banco de Desenvolvimento representa um novo passo para melhorar o papel da economia local no cenário global, especialmente à luz do grande capacidades e experiência que o país possui no apoio a projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável”, disse o ministro de Estado para Assuntos Financeiros, Obaid Humaid Al Tayer. 

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“O Uruguai vê no NDB uma grande oportunidade de aproveitar a cooperação com seus países membros, com o objetivo de alcançar uma integração internacional mais forte no comércio e nos fluxos de investimento transfronteiriços”, afirmou a ministra da Economia e Finanças, Azucena Arbeleche. 

“A adesão de Bangladesh ao NDB abriu caminho para uma nova parceria em um momento importante de 50 anos de nossa independência”, avaliou o ministro das Finanças, Mustafa Kamal.