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Emissão de debêntures continuará crescendo

Segundo especialistas as empresas devem continuar a emitir debêntures como forma de captar dinheiro este ano. A intensidade dessas emissões dependerá do cenário econômico interno e dos investimentos.

Por Agencia Estado
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As emissões de debêntures (títulos de renda fixa emitidos por empresas de capital aberto para tomar empréstimo no mercado) continuarão crescendo este ano, segundo especialistas. A intensidade do aumento, porém, dependerá do comportamento da economia e da quantidade de projetos que as empresas decidirem iniciar em 2001. O volume financeiro de ofertas primárias - que implicam em nova colocação de papéis - cresceu mais de 30% no ano passado frente a 1999. Em 2001, as emissões já registradas pela autarquia, até o último dia 28 de fevereiro, somavam 8% do total apurado durante todo o ano passado, o eqüivalente a R$ 704,060 milhões. Outros R$ 5,032 bilhões referem-se a lançamentos ainda em fase de análise. "Normalmente, as novas emissões se destinam a projetos para aumento da capacidade de produção das empresas", disse o superintendente de registros da CVM, Felipe Mota. "Com a economia apontando crescimento, a tendência é de ampliação desse instrumento de captação", completou. Para Isacson Casiuch, diretor do Banco Brascan, o ritmo das ofertas deve crescer "pelo menos algo ao redor do Produto Interno Bruto (PIB)". "Nessa análise, temos que considerar qual é a parcela do crescimento nacional que depende de investimentos e, desse montante, o que será financiado via debêntures", explicou. A procura por esse tipo de papel reflete também um cenário no qual o financiamento interno está se tornando mais fácil e atrativo. "Há algum tempo, as companhias não captavam no mercado brasileiro pois as taxas de juros eram altíssimas, tornando as dívidas impagáveis", disse o diretor de administração de carteiras da Lloyds Asset Management, Marcelo Maneo. Pelo raciocínio, as empresas acabavam optando por empréstimos no exterior, que ofereciam taxas mais baixas. "Com o novo quadro de queda dos juros, as companhias passaram a contrair dívidas no Brasil, dispensando o risco do câmbio." A estabilidade econômica também está elevando a procura dos bancos por papéis do setor privado. Segundo Maneo, os títulos do governo ainda oferecem retornos atraentes, mas os administradores de fundos estão se mostrando mais dispostos a assumir riscos, buscando um diferencial em relação à concorrência. O crescimento econômico, segundo os especialistas, abre as portas sobretudo para projetos de empresas de energia, telecomunicações e construção civil. "Temos recebido muitas consultas de empresas elétricas", disse Mota, da CVM. "Essas companhias precisam ampliar a capacidade de produção para fornecer energia a um País em crescimento." Os financiamentos das empresas de telecomunicações, por sua vez, devem se focar na abertura do mercado e nas futuras consolidações.

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