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Emissões de títulos têm crescimento de 44,2% no semestre

Mercado de capitais está se tornando principal fonte de recursos para empresas

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Por Redação
Atualização:

As emissões de títulos por oferta pública atingiram R$ 48,72 bilhões no primeiro semestre, conforme dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O movimento representa crescimento de 44,2% sobre igual período do ano passado, registrando novo recorde no País. O destaque no período foi o forte crescimento das emissões de ações, especialmente no mercado primário. As empresas brasileiras fizeram 31 registros na CVM, conseguindo R$ 15,72 bilhões, com aumento de 223,4% sobre o observado na primeira metade de 2006. Além disso, a entidade registrou outros 24 lançamentos secundários, em que os recursos vão para os acionistas controladores, no valor de R$ 9,55 bilhões, com aumento de 12% sobre os seis primeiros meses de 2006. O volume movimentado no mercado de capitais brasileiro ficou duas vezes acima dos desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no período. Até maio, os desembolsos do banco estatal de fomento somaram R$ 19 bilhões e a estimativa de técnicos da instituição é que tenham sido liberados cerca de R$ 4 bilhões em junho, elevando o acumulado no semestre para cerca de R$ 24 bilhões. Ou seja, o mercado de capitais está assumindo a função de principal fonte de recursos para as empresas brasileiras, papel que tradicionalmente era exercido pelo BNDES. Os números do semestre passado do mercado de capitais superam até mesmo os desembolsos dos empréstimos bancários no segmento livre, conforme dados do Banco Central. No ano passado, o fluxo de novos empréstimos do sistema bancário nesse segmento, que não incluem os chamados empréstimos direcionados (BNDES, rural e habitação) registraram aumento de R$ 32 bilhões, ao atingir um estoque de R$ 217,6 bilhões. Nos primeiros quatro meses, até abril, o estoque dos empréstimos no segmento livre subiu para R$ 231 bilhões, ou cerca de R$ 3,5 bilhões mensais. Mantido esse mesmo ritmo até junho, o fluxo líquido no semestre ficou em torno de R$ 21 bilhões, o que menos de metade do total captado através de ofertas públicas. Além das emissões de ações, outro destaque no semestre passado foi o grande volume de recursos dos Fundos de Investimentos em Participações (FIP). A CVM registrou 37 lançamentos de FIPs, que captaram R$ 7,6 bilhões, com expansão de 444% sobre os seis primeiros seis meses de 2006. Na avaliação de técnicos da CVM isso indica que o processo de abertura de capital das empresas brasileiras continuará nos próximos anos. Os FIPs funcionam como uma espécie de "primeira etapa" na preparação para que as empresas coloquem os seus papéis nos pregões, através da abertura de capital. Dívidas As emissões de papéis de dívidas, como debêntures e notas promissórias, registraram movimento inverso no semestre passado. Enquanto as emissões de debêntures acumularam volume de R$ 4,83 bilhões, com queda de 57,3% sobre igual período do ano passado, os registros de notas promissórias totalizaram R$ 2,8 bilhões, com aumento de 118,2%. Isso se justifica pela expectativa de redução de juros para os próximos meses. As empresas estão preferindo emitir notas promissórias, que são papéis de curto prazo, ao invés de debêntures, que têm prazos superiores a dois anos. Com essa estratégia elas evitam ficar endividadas por prazos longos em papéis com juros elevados. Os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs) também tiveram grande impulso no semestre passado, acumulando 38 lançamentos no valor de R$ 5,7 bilhões, com aumento de 35,16% sobre o registrado nos seis primeiros meses de 2006. Os depósitos de ações, títulos de empresas estrangeiras registrados no mercado brasileiro, somaram R$ 1,7 bilhão no semestre, sendo R$ 1,1 bilhão de lançamentos primários e outros R$ 596 milhões em colocações secundárias. Já os fundos imobiliários captaram R$ 531 milhões, com avanço de 70% sobre o contabilizado nos seis primeiros meses de 2006.

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