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Emprego industrial em SP cai 0,32%

Depois da 10.ª queda seguida, mercado de trabalho está perto da estabilidade, diz Fiesp

Por Anne Warth
Atualização:

O emprego na indústria paulista deve atingir estabilidade em agosto, prevê o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. Para ele, a volta do período de contratações pelos industriais está demorando mais que o esperado. "O emprego vem caindo ainda, mas a taxas menores, tendendo a zero." A Fiesp esperava que as demissões terminassem em junho e em julho. Nos últimos meses, o ritmo das demissões vem diminuindo - em maio foram 16 mil dispensas na indústria paulista; em junho, 8 mil; e em julho, 3,5 mil. Com as demissões de julho, o nível de emprego na indústria caiu 0,16% ante junho, sem ajuste sazonal, e teve retração de 0,32%, no cálculo com ajuste. "Quem sabe em agosto tenhamos variação mais próxima de zero. Será o terceiro mês seguido em que vou rezar uma novena", brincou. Em julho, o emprego nas indústrias da Grande São Paulo teve variação positiva, embora pequena, de 0,14%: foram contratados 2.600 trabalhadores. Após nove meses de demissões, foram abertas vagas. Já as indústrias do interior do Estado mostraram queda de 0,36% no emprego. O comportamento diferente entre a capital e o interior está ligado às características das regiões. Segundo a Fiesp, a Grande São Paulo concentra alguns dos setores mais ligados ao varejo, como vestuário, produtos químicos e produtos diversos - como brinquedos, joias e bijuterias. No mês passado, a indústria de confecção, vestuário e acessórios foi a recordista em contratações e criou 2.715 empregos, seguida pelo setor de borracha e material plástico (817), produtos diversos (399), produtos químicos (375) e couro e calçados (350). No caso de vestuários e calçados, a reação está relacionada ao início da fabricação da nova coleção. Já o setor de máquinas e equipamentos, mais concentrado no interior, foi o que mais demitiu em julho (2.047). Também apresentaram resultados negativos a indústria de veículos e autopeças, com 1.710 demissões, papel e celulose (970) e derivados do petróleo (581). A confiança dos industriais paulistas atingiu o segundo melhor resultado da série histórica, iniciada em 2006. O Indicador Sensor da Fiesp ficou em 56,5 pontos na primeira quinzena de agosto, atrás somente de abril de 2008 (57,5 pontos).

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