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Emprego mais fraco reduz a intenção de consumir

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Por Redação
Atualização:

Sondagem da FGV mostrou que 43% dos brasileiros (menor nível desde 2008) pretendem comprar menos bens no Natal. Retração do consumo, estagnação da economia e desemprego, sobretudo industrial, atingem o comércio e os serviços em geral. Segundo a Fecomercio-SP, o emprego formal na região metropolitana de São Paulo cresceu 0,8%, em outubro, porcentual baixo em época de contratações para atender à demanda do Natal. O cadastro do Ministério do Trabalho (Caged) registrou, em outubro, saldo positivo de 2.416 vagas, 30,8% inferior ao de outubro de 2013. Entre janeiro e outubro, a maior queda do emprego formal apareceu nos revendedores de veículos (corte de 6,8%), mas quedas fortes também ocorreram em lojas de vestuário, tecidos e calçados. As contratações só superaram as dispensas nos supermercados (3,6%) e farmácias (3,8%). O consumidor limita as compras às necessidades básicas. Inflação e juro alto agravam dificuldades. O clima de desconfiança é generalizado. Parece esgotar-se o ciclo de taxas altas de faturamento real que marcou a última década. O ajuste econômico previsto afetará o comércio. Os consumidores, ainda que mantendo o emprego, comportam-se com cautela, antecipando-se ao risco de cortes. Temem que a retração econômica se acentue. O endividamento das famílias permanece em nível alto, inibindo o consumo. As perspectivas para o emprego em 2015 são desanimadoras. E, se a situação piorar, os gastos com o seguro-desemprego tendem a crescer muito. Hoje, considera-se um "enigma" que, com o baixo desemprego (4,7%, em outubro, nas áreas metropolitanas pesquisadas pelo IBGE), os gastos com o seguro-desemprego estourem, podendo atingir R$ 36 bilhões. O comércio ajuda a explicar o fenômeno: a rotatividade de mão de obra é elevada. Além das suspeitas de fraude na concessão do benefício, num mercado desaquecido as empresas podem ser levadas a dispensar mais empregados, contratando outros com salários mais baixos ou eliminando vagas. Para os empregados com carteira assinada, a dispensa não preocuparia tanto, pois conseguem preservar uma parte da renda com a obtenção de seguro-desemprego, pago em três a cinco parcelas mensais. Estimativas conservadoras indicam que as despesas com o seguro-desemprego devem superar R$ 40 bilhões em 2015, se a economia não reagir.

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