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Emprego na indústria cai 1,8% em relação a 2001

Em relação a março último, o nível de emprego cresceu, em abril, 0,4%, mantendo a trajetória de aumento iniciada em março (0,3%). O crescimento acumulado nos dois meses, é, portanto, de 0,7%.

Por Agencia Estado
Atualização:

O emprego na indústria em abril caiu 1,8% ante igual mês do ano passado, segundo divulgou hoje o IBGE. Houve expansão do emprego, no entanto, na comparação com março, com crescimento de 0,4%, mantendo a trajetória de "discreto aumento" iniciada em março (0,3%). O crescimento acumulado em março/abril é de 0,7%, mas o acumulado no ano permanece negativo (-1,9%). O setor de máquinas e aparelhos eletrônicos e de comunicações liderou a queda do emprego industrial em abril ante igual mês do ano passado, com redução de 14,6% no número de postos de trabalho. Outros destaques de queda foram as indústrias de madeira (-7,3%), fabricação de meios de transporte (-3,9%) e borracha e plástico (-5,1%). Entre os 18 setores pesquisados, 15 reduziram o emprego no período. Os únicos ramos que cresceram foram os de refino de petróleo e produção de álcool (48,5%), alimentos e bebidas (1,4%) e fumo (15,9%). Além disso, houve cortes no emprego em 10 das 14 regiões pesquisadas pelo IBGE em abril ante abril de 2001, com destaque para os Estados da região Sudeste (-3,8%), incluindo São Paulo (-4,1%). Região Sudeste A situação foi bem diversa no indicador que compara o emprego em abril com os resultados de março, indicador no qual 11 das 14 localidades pesquisadas tiveram aumento no nível de emprego. Ao contrário do que ocorreu no índice comparativo ao ano passado, a maior contribuição positiva nesse caso foi da região Sudeste (0,5%), com destaque para São Paulo (0,6%) e Minas Gerais (1,2%). Entre os 18 setores industriais, 13 aumentaram o número de empregados, com destaque para refino de petróleo e produção de álcool (15,2%), calçados e couros (1,9%) e têxtil (0,9%). Folha de pagamento O valor da folha de pagamento do setor industrial caiu 2,4% em abril ante igual mês do ano passado, a quarta queda consecutiva nesse indicador, segundo revelou pesquisa do IBGE. Por outro lado, na comparação com março houve aumento de 0,9% na folha, a segunda expansão consecutiva ante mês anterior. No ano, a folha da indústria acumula queda de 2,9%. O número de horas pagas também apresenta queda na comparação com abril de 2001 (-2,3%) e no acumulado no ano (-2,6%), mas aumento frente a março (0,4%). Emprego entra em estabilidade, diz técnica A trajetória de declínio do emprego industrial está sendo substituída por uma "estabilidade" nos postos de trabalho do setor, segundo afirma a técnica do departamento de indústria do IBGE, Isabela Nunes Pereira. Segundo ela, a tendência de estabilidade revelada pelos dados de abril do emprego industrial, é consequência da "reação suave" que vem sendo apresentada pela produção da indústria, que cresceu 6% em abril ante igual mês do ano passado. Segundo Isabela, a estabilidade apesar da queda no indicador mensal foi diagnosticada nos dados de média móvel trimestral, que eliminam os efeitos sazonais (fenômenos específicos a determinado período) e apontaram estabilidade do emprego em abril ante março, apontando reação diante do declínio de março em relação a fevereiro. "A média móvel trimestral é a melhor indicação de tendência, porque no caso do emprego não há mudanças bruscas na ponta, essa variável não reage prontamente a mudanças de conjuntura", disse. Para ela, é preciso "esperar um pouco mais" para checar quais serão os efeitos da pequena recuperação industrial nos níveis de emprego do setor.

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