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Emprego na indústria cai e revela recuperação lenta da economia

Por Agencia Estado
Atualização:

O mercado de trabalho na indústria manteve em janeiro os sinais de retração do ano passado, com queda de 1,8% no emprego no mês ante igual período de 2000. Houve redução também ante dezembro (-0,2%), a terceira consecutiva nessa base de comparação. "A tendência de queda no mercado de trabalho industrial revela coerência com o nível de recuperação ainda suave do setor", disse o chefe do Departamento de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Silvio Sales. Houve diminuição também no valor dos salários pagos e no número de horas trabalhadas. A retração registrada em São Paulo, o mais importante mercado de trabalho industrial do País, foi mais acentuada do que a média nacional em todos os indicadores de janeiro. A indústria paulista apresentou um dos piores desempenhos regionais no que diz respeito ao emprego, que caiu 2,4% em janeiro no Estado ante igual mês do ano passado, segundo o IBGE. Na comparação com dezembro, a queda em São Paulo foi de 0,3%. Salários - A folha real de pagamento da indústria nacional caiu 23,2% ante dezembro e 2% na comparação com janeiro do ano passado. Sales sublinhou que o confronto com dezembro sofreu forte efeito de base de comparação, já que o mês é marcado pelo pagamento da segunda parcela do 13º salário. Ele atribui a continuidade da queda da folha à demanda de trabalhadores superior à oferta de vagas, o que reduz o poder de barganha, e à alta rotatividade no setor, que permite a contratação de novos funcionários com menores salários. No que diz respeito ao número de horas, a queda atingiu 1,7% sobre dezembro e 2,7% ante janeiro de 2001. Segundo Sales, esse indicador reflete com maior fidelidade o ritmo imediato de produção industrial - já que em momentos de crise as empresas optam por ajustes no tempo de trabalho para evitar custos de contratação e demissão - e foi um "bom termômetro" da desaceleração em janeiro. A retração do mercado de trabalho no mês atingiu a maior parte dos segmentos industriais. Entre dezembro e janeiro, houve redução do emprego em 9 dos 18 ramos industriais pesquisados, com destaque para o de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-1,9%, exercendo a maior pressão sobre o índice global) , alimentos e bebidas (-0,5%) e calçados e couros (-1 3%). Na comparação com janeiro de 2001, houve queda em 14 dos 18 ramos, especialmente nos segmentos de madeira (-11,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-7,0%) e máquinas e equipamentos (-3,4%). São Paulo - Segundo Sales, a redução do emprego na indústria paulista na comparação com mês anterior vem ocorrendo desde setembro. Entre agosto de 2001 e janeiro último, o emprego no Estado apresentou queda acumulada de 4,4%. Segundo o IBGE, o valor da folha de pagamento caiu 4,6% no Estado em janeiro, ante igual mês do ano passado, puxando para baixo o indicador nacional (-2%). As reduções de maior impacto na folha no Estado nessa base de comparação foram registradas nos setores de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-17,6%) e de papel e gráfica (-9,1%).

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