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Emprego nas pequenas empresas cai pela 1ª vez desde outubro

Em abril, as micro e pequenas empresas fecharam 43 mil postos de trabalho, uma queda de 0,7% na comparação com o mesmo mês de 2005

Por Agencia Estado
Atualização:

As micro e pequenas empresas (MPEs) do Estado de São Paulo fecharam 43 mil postos de trabalho em abril, uma queda de 0,7% tomando como base o resultado do mesmo período de 2005. É a primeira vez desde agosto de 2004 que o número de pessoas ocupadas nas MPEs cai no comparativo de 12 meses. Em relação a março, a queda foi menor, de 0,2%. Já o resultado dos primeiros quatro meses do ano, ainda que tímido, é positivo: 0,4%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP) em parceria com a Fundação Seade. Apesar dos números negativos, a retração no nível de emprego das MPEs não deve ser uma tendência, segundo o diretor-superintendente do Sebrae-SP, José Luiz Ricca. ?Apesar do primeiro quadrimestre abaixo das expectativas, o cenário da economia é relativamente favorável, com a inflação sob controle, a expansão do crédito e as seguidas reduções dos juros.? O fechamento de postos de trabalho é um reflexo do baixo faturamento das empresas no primeiro quadrimestre do ano. As MPEs paulistas tiveram, em abril, um faturamento 8,5% menor que no mesmo mês do ano passado. Apesar disso, os rendimentos dos empregados das micro e pequenas empresas tiveram alta de 9,5% em relação a abril de 2005, já descontada a inflação. ?De uma forma geral, o mercado está pagando melhor, seguindo a melhora no nível de atividade na economia, e as micro e pequenas empresas têm de seguir a tendência, até mesmo para não perder seus melhores quadros?, afirma o economista do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves. Pessoal ocupado Os dados apontam que há cerca de 5,8 milhões de pessoas trabalhando em micro e pequenas empresas no Estado de São Paulo, distribuídos em 3,6 milhões de empregados diretos e 2,188 milhões de sócios-proprietários e familiares. Na comparação com abril de 2005, há 15 mil empregados a mais (alta de 0,4%) e 57 mil sócios-proprietários a menos (-2,6%) trabalhando nas MPEs. As empresas do Estado têm em média 4,37 pessoas em seu quadro. Em abril de 2001, melhor mês da série (os dados começaram a ser aferidos pelo Sebrae-SP em 1998) eram 4,79 (8,7% mais). Setores Por setores, apenas o comércio aumentou o pessoal ocupado: 3% a mais no ano e 1% em relação ao mesmo mês do ano passado. Indústria e serviços tiveram, respectivamente, queda de 1,6% e 2% no quadrimestre e 0,4% e 3,4% sobre o mesmo mês do ano passado. O maior número de demissões ocorreu no setor de serviços prestados ao consumidor. Regiões Analisando as regiões, o Grande ABC mostrou uma recuperação no pessoal ocupado em relação a março deste ano - alta de 8,9%. O resultado compensa o fraco primeiro quadrimestre, que mostrou uma queda de 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Sobre abril de 2005, o Grande ABC mostrou aumento no nível de emprego das MPEs de 1,7%. A região metropolitana de São Paulo, o interior e a capital tiveram quedas, respectivamente, de 0,2%, 1,2% e 2,6% nos 12 meses. No quadrimestre, a região metropolitana apresentou queda acumulada: -0,2%, enquanto o município de São Paulo e o interior tiveram altas de 0,2% e 1,1%. Rendimentos A pesquisa verificou ainda os rendimentos (salários fixos, honorários, comissões, ajuda de custo, 13º e abono de férias) dos empregados diretos das MPEs paulistas. Por setores, indústria, comércio e serviços apresentaram altas de 1,4%, 11,8% e 10,1% nos últimos 12 meses. No acumulado do ano, as altas foram, respectivamente, de 1,6%, 7,3% e 5,8%, já descontada a inflação. Por regiões, os rendimentos médios de empregados de MPEs da região metropolitana de São Paulo, interior, Grande ABC e capital registraram altas de 11,6%, 8,1%, 1,3% e 12,8% nos últimos 12 meses. Em valores reais, na média do quadrimestre, o rendimento médio dos empregados de MPEs no Grande ABC foi 3,5% menor que na capital: R$ 735 contra R$ 762. No interior, a diferença foi ainda maior: a média do rendimento é R$ 605. Pelos dados de abril de 2006, o empregado das micro e pequenas empresas do comércio recebe 12,6% a menos que o trabalhador da indústria - R$ 643 contra R$ 736. O rendimento médio no setor de serviços, em R$ 751, bateu o da indústria pela primeira vez desde outubro de 2005. Em São Paulo existem 1,3 milhão de micro e pequenas empresas formalizadas, na indústria de transformação, comércio e serviços, que empregam entre 5 e 6 milhões de pessoas.

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