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Emprego vai reagir a medidas do governo no 2.º semestre, diz Pastore

Segundo o economista, mercado de trabalho continua apertado, mas, se a economia como um todo crescer no segundo semestre, o País fechará o ano com pleno emprego

Foto do author Francisco Carlos de Assis
Por Francisco Carlos de Assis (Broadcast) e da Agência Estado
Atualização:

A indústria de transformação deverá responder às medidas de incentivo à atividade econômica e à desoneração da folha de pagamento adotadas pelo governo com geração de novos postos de trabalho a partir do segundo semestre.

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A previsão foi feita nesta quinta, 19, pelo economista da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em relações do trabalho, José Pastore, durante apresentação na reunião do Conselho de Economia da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com o tema "O Brasil está crescendo? Como ficará a economia após o pacote de estímulo do governo?".

De acordo com Pastore, o mercado de trabalho continua apertado, mas, se a economia como um todo crescer no segundo semestre, como prevê boa parte dos economistas, o País fechará o ano com pleno emprego, com a taxa de desemprego entre 5,5% e 6% da População Economicamente Ativa (PEA). Ou seja, todos os trabalhadores que aceitarem receber os salários oferecidos no mercado estarão empregados.

Desoneração

José Pastore disse que a desoneração da folha de pagamento indica que o governo poderá promover a reforma trabalhista em breve.

De acordo com o economista, com a desoneração, o custo sobre a folha de pagamento de alguns setores caiu de 102% para 79%. Para ele, essa medida deveria ser estendida para todos os setores da economia.

Na avaliação de Pastore, uma reforma trabalhista se faz necessária e urgente, pois o custo do trabalho no Brasil tem crescido acima da produtividade. Como exemplo, ele citou que, entre 2008 e 2011, o salário médio da indústria de transformação cresceu 25% acima da inflação e 150% em dólar, enquanto o salário médio de outros segmentos cresceu 12,4% e a produtividade nem chegou a se expandir nesse período.

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Ainda de acordo com Pastore, ao desonerar a folha de pagamento, o Partido dos Trabalhadores (PT) reconheceu que os elevados encargos sobre a folha de pagamento são um dos principais entraves à atividade industrial e ao crescimento econômico. "O governo do PT, que sempre resistiu à ideia de que o custo do trabalho é alto, agora reconheceu o que eu sempre defendi", disse o economista, acrescentando que, depois de anos ouvindo críticas de economistas do PT, atualmente tem sido chamado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para participar das discussões sobre a desoneração da folha.

 

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