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'Empresa agora busca assessoria para passar por esta crise'

Renegociação de dívidas, questões tributárias e trabalhistas estão na pauta das principais empresas do País

Por Monica Scaramuzzo
Atualização:

Um dos maiores escritórios do Brasil, o Lefosse Advogados mudou bastante após o coronavírus. Diante da pandemia, muitas operações de mercado de capitais começaram a ser suspensas e as de fusões e aquisições, postergadas. “O escritório passou a receber outras demandas com a crise”, diz o advogado Carlos Barbosa Mello, sócio responsável pela área de finanças corporativas do Lefosse. Gerenciamento de crise, renegociação de dívidas, discussões tributárias e trabalhistas passaram a fazer parte da pauta das principais empresas do País. “Aqui no escritório a rotina também mudou bastante. Reestruturamos as equipes de trabalho e todos estão em home office.”

Para Mello,crise é maior que anteriores Foto: Lefosse

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Até fevereiro as operações de mercado de capitais estavam em ritmo acelerado e demandando bancos de investimentos e escritórios de advocacia. Com o coronavírus tudo mudou?

As operações de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) e follow on (emissão de ações de empresas listadas na Bolsa) foram suspensas ou canceladas diante dessas incertezas. As empresas começaram a mudar suas demandas. 

O que está na pauta agora?

Muitas empresas passaram a buscar assessoria para discutir redução de despesas, financiamento e mecanismos de proteção de liquidez. Fizemos assessoria para a Gol nas recentes mudanças do setor aéreo. Também estamos assessorando a BR Distribuidora nas questões relativas a logística nacional. Muitas empresas têm questões tributárias e trabalhistas que precisam ser rediscutidas. Além disso, há hospitais passando por dificuldade, tentando entender como proceder nesta crise, uma vez que muitas prefeituras estão desapropriando os hospitais para receber os pacientes infectados pelo vírus.

Quais os setores mais impactados?

Os setores aéreo, de varejo, de saúde e imobiliário são alguns dos que estão sentindo os impactos nessa crise. 

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Diante da pandemia, fusões e aquisições pararam de vez? Não há grupos que veem oportunidade na crise?

Sempre há investidores interessados em boas oportunidades. Há grupos olhando o setor de saúde com lupa. Há fundos de private equity (que compram participação em empresas) que buscam oportunidades no setor.

A recuperação será rápida?

Historicamente, a retomada costuma ser rápida após um período de crise. Mas essa crise tem proporções maiores do que as anteriores.

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