A Moose Enterprises, distribuidora australiana do Bindeez, alvo de recall no país por conter uma substância tóxica em sua tinta, afirmou nesta sexta-feira, 9, que está investigando como o ácido GHB, poderoso sedativo, foi parar nos brinquedos. Um bebê de 18 meses foi a mais recente vítima. Ele foi internado na noite de quinta-feira em um hospital de Newcastle, ao norte de Sydney, e se encontra em situação estável, mas grave. Ele engoliu as miçangas do brinquedo. Comerciantes do país já retiraram das prateleiras milhares de unidades do produto, que é vendido na Austrália com o mesmo nome do brinquedo brasileiro. Nos EUA, o Bindeez é registrado como Aqua Dots. O brinquedo permite criar vários desenhos, utilizando bolinhas de diversas cores que se colam quando entram em contato com água. Para criar o efeito de cola, leva normalmente uma camada de um produto químico, o 1,5-pentanediol. Mas, por razões ainda desconhecidas, outro produto, o 1,4-butanediol, foi utilizado. Ao ser ingerido, o elemento químico se transforma na substância conhecida como GBH, ou ácido gama-hidroxibutírico, uma droga de laboratório muito usada em festas por seus efeitos alucinógenos e com potencial letal - bastante utilizada para a prática do crime "Boa noite Cinderella". Outras cinco crianças da Austrália e Nova Zelândia foram internadas neste mês pelo mesmo motivo. Na última quinta, o governo australiano proibiu a comercialização do Bindeez e alertou aos pais para que seus filhos não consumam as bolinhas do brinquedo. Nos Estados Unidos e no Canadá o brinquedo também foi alvo de recall. "É um produto extremamente venenoso e tem o potencial de matar. Pedimos aos pais que evitem que seus filhos tenham acesso a ele", disse a conselheira de Comércio do estado de Nova Gales do Sul, Linda Burney. Peter Mahon, um porta-voz da Moose Enterprises, afirmou que a companhia começou a investigar como foi possível a troca dos elementos. Ele explicou à Associated Press que os "ingredientes foram trocados em um ponto da fabricação sem o conhecimento da Moose". "O nosso principal esforço agora é fazer com que as pessoas não deixem as crianças brincarem com esses produtos."