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Empresa dará prioridade a investimento de retorno rápido

Plano estratégico deverá cortar custos administrativos e centrar esforços em áreas mais viáveis no curto prazo

Por Nicola Pamplona
Atualização:

A Petrobrás ainda não concluiu o planejamento estratégico para os próximos anos, mas o diretor-financeiro, Almir Barbassa, deu ontem pistas de como a companhia se prepara para enfrentar a crise de crédito no mercado internacional. Uma das estratégias em estudo é priorizar projetos que garantam produção no menor tempo possível, permitindo acumular caixa para investimentos. Por outro lado, a companhia já trabalha em cortes de gastos administrativos, como viagens e publicações, e no redesenho de projetos de engenharia para reduzir custos. Barbassa afirmou que os projetos do pré-sal não estão em risco. "O pré-sal vai acontecer no longo prazo e todos esperamos que a crise passe até lá. Os cronogramas estão mantidos", afirmou. Na sua opinião, o preço do petróleo tende a subir no médio prazo, uma vez que o equilíbrio entre oferta e demanda ainda persiste. Para o curto prazo, o executivo vê o barril oscilando entre US$ 60 e US$ 80. O executivo não quis adiantar quais impactos a crise terá sobre o planejamento estratégico, cuja divulgação já foi adiada duas vezes, por conta da dificuldade em projetar cenários futuros. Disse apenas que, "neste momento, é importante para todas as empresas priorizar projetos que gerem caixa rapidamente". "O que pode haver é uma revisão do portfólio para privilegiar projetos que dêem produção mais rápida." Um sinal dessa mudança pode ser o esforço exploratório no pré-sal do norte da Bacia de Campos, onde está o campo de Jubarte, o primeiro a produzir reservas abaixo da camada de sal. Como está mais próximo do continente e já tem alguma infra-estrutura, novas jazidas podem entrar em operação em menos tempo do que em Santos. Segundo o executivo, porém, a principal preocupação está na capacidade de financiamento dos fornecedores de bens e serviços para o setor. "A cadeia de fornecedores é imensa e um grande número de empresas está em dificuldade. Sem eles não conseguimos realizar os investimentos", comentou. Para ele, aqueles que se prepararam e têm estoques conseguirão passar mais facilmente pela crise. A questão já havia sido levantada esta semana por executivos da britânica BG e da portuguesa Galp, parceiras da estatal em projetos do pré-sal. Por outro lado, Barbassa vê ainda uma redução de custos provocada pela crise, o que pode facilitar a manutenção do plano de investimentos. A companhia fechou o trimestre com um caixa de R$ 10,7 bilhões.

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