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Empresa enfeita 109 shoppings no Brasil apesar da crise

Por Agencia Estado
Atualização:

A instabilidade do dólar assustou, mas não pegou desprevenida a maior empresa de decoração natalina da América Latina, a Cipolatti, que desde o mês passado trabalha em ritmo acelerado para enfeitar o Natal de 109 shoppings no País e mais uma dezena de outros no Chile, Argentina, Uruguai e México. "A cada ano procuramos depender menos de importados para produzir mais na nossa fábrica", diz Conceição Cipolatti, que há 21 anos entrou por acaso neste mercado - ela decorava buffets - e hoje comanda, com os filhos Luiz Paulo, José Fernando, Ana Cecília e Rita Gabriela uma fábrica de 22 mil metros quadrados em Taboão da Serra (Grande São Paulo). Cerca de 40% dos enfeites produzidos nesta fábrica são feitos com matéria-prima importada e alguns itens, como bonecos animatrônicos e microlâmpadas, só podem ser adquiridos no exterior. Mas grande parte das importações foi negociada antes da alta do dólar e a empresa tem feito o possível para ampliar o estoque de produtos nacionais. "Não importamos mais fitas, árvores, guirlandas, bolas e festões", diz Conceição. Os repasses dos custos dos importados devem ser feitos aos clientes aos poucos, diz Conceição, que não gosta de falar em números, mas dá a entender que o negócio tem fôlego para crescer. Este ano a Cipolatti começou a decorar shoppings no México e já está de olho no mercado europeu. "Estamos num namoro com Portugal", conta. O alvo do negócio é o Grupo Sonae, de origem portuguesa, que inaugurou recentemente o megashopping D. Pedro, na região de Campinas, decorado este ano, é claro, pela Cipolatti. A empresária não revela seu faturamento e informa apenas que ele deve ser este ano 5% superior ao resultado obtido no ano passado. Além dos shoppings, a empresa já deixou sua marca registrada nas decorações de prédios como o Teatro Municipal, no centro da cidade e o BankBoston, na Avenida Paulista, e este ano será a responsável pela decoração da Rua Oscar Freire, nos Jardins. A maior parte dos enfeites utilizados nas decorações sai da fábrica de Taboão, onde trabalham cerca de 200 funcionários fixos, entre arquitetos, engenheiros, cenógrafos, artistas plásticos, artesãos, costureiras, serralheiros, marceneiros e aderecistas. No segundo semestre, quando os preparativos se intensificam e os contratos temporários crescem, a empresa chega a trabalhar com 2 mil pessoas. Os números chamam a atenção pelas dimensões dos projetos. Este ano, por exemplo, estão saindo desta "fábrica natalina" 3,3 milhões de enfeites, 40 milhões de microlâmpadas, 11,5 milhões de bolas natalinas, 220 quilômetros de festões e 11 toneladas de manta acrílica para "neve", entre outros materiais para decoração de shoppings e de fachadas de prédios. Luzes Os contratos dos shoppings e outros clientes para as decorações de fim de ano são fechados em geral entre março e maio. "Temos cerca de 200 temas para serem alugados", diz Conceição. O custo para preparar um shopping para o Natal, explica, é muito variado e depende do seu porte. Mas em média o gasto de uma decoração interna pode ir de R$ 10 mil a R$ 250 mil. Este ano, mais de 10% das decorações que a empresa vai montar são de fachadas, e os shoppings tendem a reforçar mais a área externa justamente para chamar a atenção do consumidor e aumentar a circulação do público no local. Ela cita o Morumbi Shopping como um dos que investiram na decoração externa ao montar um teatro de soldadinhos em um palco forrado de microlâmpadas. Outro é o Aricanduva, que colocou 5 milhões de microlâmpadas em sua fachada. O shopping Anália Franco tem em sua entrada uma árvore de 26 metros cravejada de microlâmpadas estroboscópicas. Só em São Paulo (capital e interior) são 44 shoppings decorados pela Cipolatti. "A tendência em geral, este ano, foi investir num Natal mais iluminado para compensar a frustração do ano passado com o racionamento", diz a diretora da empresa. Além das luzes, as decorações seguem hábitos culturais, conforme a região do País. "No Nordeste os shoppings aceitam sugestões arrojadas, mas o presépio nunca pode faltar. Já no Sul as decorações tendem a ser mais tradicionais e imitam o Natal europeu, com casinhas, renas e trenós." Veja a galeria de fotos

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