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Empresa envolvida em importação de lixo hospitalar volta a funcionar

 Um ano e meio após escândalo, confecção volta a produzir, desta vez com tecidos novos  

Por Angela Lacerda e Correspondente
Atualização:

RECIFE - Um ano e meio depois do escândalo da importação de tecidos descartados como lixo hospitalar dos Estados Unidos para a confecção de forro de bolso, a empresa NA Intimidade Ltda, de Santa Cruz do Capibaribe, no agreste pernambucano, se prepara para retornar ao mercado.

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Nesta semana, chegou ao Porto de Suape uma carga de 9,5 toneladas de tecido, também de procedência norte-americana, importada pela empresa. A carga foi inspecionada e liberada pela alfândega, sem constatação de irregularidade.    De acordo com o advogado da empresa, Gilberto Lima, a Na Intimidade - cujo nome fantasia é Império do Forro de Bolso - nunca sofreu impedimento de funcionamento.

Na época, podiam ser comprados, em Santa Cruz do Capibaribe, tecidos sujos estampando nomes de hospitais americanos. Perícias da Polícia Federal e do Instituto de Criminalística de Pernambuco constataram presença de sangue em amostras recolhidas.

Aprendido, todo o estoque da empresa - mais de 40 toneladas de tecido - distribuído nas suas três unidades, nos municípios de Toritama, Santa Cruz do Capibaribe e Caruaru, no polo têxtil do agreste, foi depois incinerado por determinação da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa). Investigação no âmbito criminal e cível do caso corre em segredo de justiça na Polícia Federal. Restam algumas perícias para a conclusão do inquérito que poderá, ou não, indiciar o proprietário Altair Teixeira de Moura. O proprietário se defendeu afirmando ter sido enganado pela empresa Texport Inc, que mediou a importação do lixo hospitalar, identificado como 'tecido com defeito'. Desta vez, segundo seu advogado, importou direto do fornecedor.

O impacto financeiro provocado pelo escândalo levou ao fechamento de duas das três unidades e à demissão de todos os 40 funcionários. A reabertura será no único galpão que restou da empresa, em Toritama. "Até agora a empresa havia se mantido com uma produção micro, familiar, visando à recapitalização", afirmou Gilberto Lima.

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