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Empresa já foi modelo de eficiência no setor

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Por Redação
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A mesma ALL que regrediu os níveis de velocidade de sua malha ferroviária ao período "pré-privatização" já foi sinônimo de eficiência no setor. A empresa teve origem, em 1997, com a aquisição de ferrovias estatais sucateadas e teve como primeiro investidor o GP Investimentos, dos criadores da Ambev, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Eles transferiram para a companhia a obsessão por lucro e eficiência que sempre norteou seus negócios e fez com que, em dez anos, a ALL se tornasse a maior operadora logística de trens da América Latina. Mas a falta de investimento na malha, por parte da empresa e do governo federal, fez o projeto de "empresa modelo" degringolar. Os primeiros sinais de que algo não ia bem começaram a aparecer quando se tornaram públicas as reclamações de clientes por descumprimento de contratos - o que coincidiu com uma sucessiva troca de presidentes. Quem esteve à frente da empresa em seu melhor momento - de 2005 a 2010 - foi o carioca Bernardo Hees, executivo de confiança de Jorge Paulo Lemann. Ele deixou a ALL para virar sócio da 3G Capital, dos mesmos fundadores da Ambev, e assumir o comando global da rede de fast-food Burger King. Hoje ele está à frente da empresa que vai se originar da mega fusão entre a Heinz e a Kraft Foods. Desde que Hees saiu da ALL, passaram por lá três presidentes. Paulo Basílio ocupou o cargo por menos de dois anos e foi substituído por Eduardo Pelleissone, que ficou apenas 11 meses e passou o bastão para Alexandre Santoro. Na ocasião, a empresa disse que a troca de executivos era normal. Fusão. Santoro ficou na presidência até o início de abril, quando foi substituído por Julio Fontana Neto, presidente da Cosan Logística. Desta vez, a mudança no comando da empresa é clara: faz parte dos ajustes após a fusão com a Rumo, que pertence à Cosan. A união das duas empresas foi anunciada no início de 2014, mas só em fevereiro deste ano teve aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Para levar o negócio adiante, a Cosan teve de enfrentar contestações de acionistas da ALL, entre eles Previ (Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa) e o braço de participação do BNDES (BNDESPar).A entrada da Cosan na ALL era um sonho antigo do empresário Rubens Ometto, que tem diversificado os negócios do grupo, originalmente formado por operações de açúcar e álcool, para a área de distribuição de combustíveis e infraestrutura.

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