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Empresário brasileiro cai 12 posições em ranking global de otimismo

Lentidão na tramitação da reforma da Previdência e no ritmo da atividade econômica foram os principais fatores para a queda, segundo levantamento da consultoria Grant Thornton

Por André Ítalo Rocha
Atualização:

Depois de um primeiro semestre marcado pela lentidão na tramitação da reforma da Previdência e por frustrações no ritmo da atividade econômica, os empresários brasileiros caíram 12 posições em um ranking global de otimismo elaborado pela consultoria e auditoria Grant Thornton, como parte do estudo International Business Report (IBR).

Euforia com promessas dopresidente Jair Bolsonaro de reformas econômicaspassou. Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

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O levantamento, obtido em primeira mão pelo Estadão/Broadcast, foi feito com base em entrevistas realizadas de maio a junho e mostra o Brasil na 17.ª posição, em um grupo de 35 países. Dos empresários nacionais, 29% estão otimistas com os próximos 12 meses.

No ranking anterior, divulgado em janeiro, o Brasil havia ficado em 5.º, com o otimismo atingindo 66% dos entrevistados. À época, havia uma euforia alimentada principalmente pelas reformas econômicas prometidas pelo governo Jair Bolsonaro, eleito com um programa liberal na economia.

Os itens do levantamento que apresentaram piora entre os brasileiros foram a perspectiva de investimento em novas instalações, que caiu de 47% para 31%, a empregabilidade, que teve retração de 67% para 43%, a expectativa de aumentar as exportações, que recuou de 35% para 27%, e a possibilidade de avançar em pesquisa e desenvolvimento, que baixou de 56% para 46%. Além disso, aumentou a percepção de potencial redução da demanda, de 49% para 53%.

A burocracia foi um item que apresentou melhora. A percepção de que isso é um problema caiu de 66% para 56%. Outras questões ficaram muito próximas do resultado anterior, como a incerteza econômica, que ficou em 62%, ante 63% nos seis meses antes, e a falta de mão de obra qualificada, que variou de 52% para 51%.

Entre as principais barreiras externas para expandir seus negócios internacionalmente, os brasileiros indicam, no novo ranking, os custos alfandegários (33%), a complexidade burocrática (26%), restrições financeiras (22%) e incerteza política ou conflitos territoriais (20%).

Globalmente, 32% dos empresários entrevistados veem com otimismo os próximos 12 meses. No fim do ano passado, 39% dos entrevistados manifestavam esse tipo de confiança. Trata-se, novamente, da pior pontuação de otimismo registrada desde o quarto trimestre de 2016.

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A América Latina sofreu uma queda de 23 pontos porcentuais de um semestre para o outro. O resultado da região é um reflexo principalmente da falta de otimismo identificada na Argentina, que foi de 28% no fim do ano passado para 1% neste semestre.

No Brasil, quando perguntados sobre o desempenho nos últimos 12 meses, 44% dos empresários afirmam que atingiram um crescimento de receita maior que 5%, e 25% relatam que aumentaram o número de colaboradores, também, em mais de 5%.

Globalmente, metade dos entrevistados afirmaram que aumentaram as receitas na mesma proporção e 30% aumentaram o número de pessoal. Para os próximos 12 meses, 59% dos entrevistados esperam ter um aumento significativo de receita. Além disso, metade dos entrevistados brasileiros têm a expectativa de aumento da lucratividade. No mundo, esse número cai para 35%.

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