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Empresário brasileiro é o terceiro mais inseguro, diz pesquisa

Ranking que mede empresariado mais inseguro em relação à economia coloca só Grécia e Botswana na frente do Brasil

Foto do author Fernanda Guimarães
Por Fernanda Guimarães e Bianca Passerini
Atualização:
Expectativa de rentabilidade das empresas caiu consideravelmente em relação ao último trimestre Foto: Pixabay

SÃO PAULO - O empresariado brasileiro segue pessimista e inseguro em relação ao Brasil. Em ranking dos empresários mais inseguros em relação à economia, segundo a pesquisa Internacional Business Report (IBR), da Grant Thornton, o Brasil ocupa a terceira posição, atrás apenas da Grécia e Botswana. Já o índice que reflete o otimismo do empresariado, referente ao primeiro trimestre do ano, ficou negativo em 13%, deixando o Brasil no 11º lugar entre 36 países analisados nesse quesito. "O nível de pessimismo captado na pesquisa pode ter uma mudança rápida a partir de perspectivas concretas de uma reforma fiscal e melhoria da gestão orçamentária que trazem reflexos diretos no cenário econômico. Ações governamentais, como esta, podem causar um impacto rápido no humor dos empresários", afirma o sócio líder de consultoria, Daniel Maranhão. A pesquisa mostra que o trabalho está mais concentrado em ganho de eficiência, controle de custos e gestão de fluxo de caixa, com o planejamento para aumento de produção ficando de lado. "Este cenário negativo traz à tona uma expectativa de redução de demandas e por consequência, queda na rentabilidade e aumento de desemprego. Além disso, o Brasil ainda continua sendo um país com custo da energia alto, o que impacta diretamente o custo de produção", destaca. A expectativa de rentabilidade das empresas caiu consideravelmente em relação ao último trimestre, passando de 39% para 27%, queda de 12 pontos percentuais tanto no trimestre, quanto no ano. O crédito também preocupa. A expectativa, segundo o levantamento, é de redução na oferta de crédito no curto prazo. A percepção sobre a escassez de recursos passou de 25% para 34%, configurando o pior índice desde o primeiro trimestre de 2012, mostra o IBR. O levantamento, no entanto, não avalia ou mede critérios políticos, conta o sócio da Grant Thornton. Por outro lado, ele destaca que o resultado da pesquisa "pode ser traduzido como  uma insatisfação com os resultados econômicos obtidos pelo governo nos últimos tempos, o que reflete diretamente na expectativa de melhora do ambiente de negócios no Brasil". Maranhão explica que a pesquisa não fez questionamento direto sobre o impeachment, mas o tema foi levado em conta visto que a pesquisa foi realizada no primeiro trimestre deste ano.

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