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Empresário transforma feira de artesanato em loja

Empreendedor investe R$ 153 mil no negócio e tem planos de abrir mais cinco estabelecimentos nos próximos três anos

Por Ligia Aguilhar
Atualização:

Em uma cidade com oitenta shoppings, o empresário Caio de Sá encontrou espaço para fazer uma feira dedicada a produtos artesanais dar certo. Realizada todos os sábados, há seis anos, nas proximidades da Praça Benedito Calixto, no bairro Pinheiros, em São Paulo, a Feira Qualquer Coisa vai crescer e ganhar uma loja. O local ficará aberto de terça-feira a sábado e venderá roupas, acessórios e também objetos de decoração.Prevista para ser inaugurada no dia 2 de abril, a Qualquer Coisa + funcionará de forma semelhante às lojas colaborativas que se espalharam pela cidade no ano passado. A diferença é que o lojista vai pagar apenas pelo aluguel do espaço - o lucro da venda das peças será apenas do locatário. "Meu negócio é locação de espaço. A única mudança em relação à feira é que, na loja, eu vou fornecer os vendedores e a parte fiscal, além da infraestrutura", explica Caio de Sá. O empresário tem pouca intimidade com o assunto. Entrou no ramo por acaso, depois de alugar um imóvel herdado para o organizador de uma feira de artesanato. Embora tenha formação em educação física, Caio começou a empreender aos 18 anos, quando abriu um serviço de higienização de carros. Depois, administrou uma série de estacionamentos na Vila Olímpia, até o inquilino do imóvel na Benedito Calixto rescindir o contrato."Ele me pagava com os cheques que recebia dos expositores e, quando quis sair, notei que se tratava de um negócio lucrativo", lembra. Sem experiência nenhuma no setor, mas interessado em abandonar o ramo de estacionamentos, Caio decidiu arriscar e montar seu próprio evento. Apesar de ter ouvido do antigo inquilino que "jamais conseguiria", começou o negócio já com 82 expositores, número posteriormente ajustado para 78.Para auxiliá-lo, Caio conta até hoje com a ajuda da curadora Angela Euzébio, que cuida da qualidade dos produtos oferecidos. Na feira, os expositores pagam um valor fixo por mês, que inclui o espaço para expor seus produtos, cartões de visita, divulgação, embalagens e infraestrutura. "A maioria são novos artistas, que nos procuram para construir sua marca e conquistar público", diz. A fila de interessados em participar do evento é grande - cerca de 2 mil artistas esperam atualmente uma vaga. Para dar vazão à demanda, o empresário criou um espaço rotativo na feira e formatou a ideia da loja multimarcas em Pinheiros.Nos primeiros dois meses, a Qualquer Coisa + funcionará com 15 lojistas da própria feira. Eles pagarão R$ 750 para ocupar um espaço que abriga até 50 peças. A ideia é abrir, em breve, vagas para novos candidatos. "Quero conquistar um público diferente", explica Caio, que atualmente fatura R$ 64 mil por mês com o evento aos sábados. Para iniciar o empreendimento, o investimento foi de R$ 153 mil. Se o modelo funcionar, cinco lojas do tipo devem ser inauguradas em até três anos.Segundo o consultor de varejo Plínio Oliveira, há espaço no mercado para esse tipo de negócio. "O impacto da venda se perde em um comércio que só funciona uma vez na semana e que depende da compra por impulso", afirma. O produto oferecido é outro ponto favorável. "Existe um público, sobretudo jovem, que gosta de se diferenciar e procura itens com um toque único e exclusivo, que não são facilmente encontrados nos shoppings."

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