
29 de junho de 2009 | 09h04
No Brasil, onde a interação entre empresários e governo se intensificou com a crise, resultando em algumas das políticas anticíclicas anunciadas recentemente, o grau de insatisfação é semelhante ao de países vizinhos, como Venezuela e Argentina. Segundo a pesquisa, 84% dos homens de negócios brasileiros não confiam nas políticas de governo. E 96% acreditam ter pouca influência sobre a elaboração de políticas econômicas. "É o mesmo índice da Argentina, onde o relacionamento do setor privado com o governo é reconhecidamente ruim", diz Thomas Traumann, diretor da LLorente & Cuenca e coordenador do estudo no País.
A falta de segurança jurídica para realização de negócios no Brasil é um dos pontos críticos da relação governo-empresariado. De acordo com a pesquisa, 85% dos executivos consideram o grau de segurança das leis nacionais ruim, muito ruim ou regular. Apenas no México e no Equador há mais reclamações sobre o tema. No âmbito internacional, a percepção sobre as políticas públicas também é negativa. Entre os entrevistados, 73% não se sentem apoiados pela política externa do governo.
Boa parte do mau humor dos empresários se deve ao período de realização da pesquisa: entre outubro do ano passado e janeiro deste ano, auge da crise financeira. Mas a indisposição do setor privado com os políticos também está relacionada ao peso do governo na atividade econômica desses países. "Na América Latina, é a política oficial que faz o país andar", diz Traumann. Por isso, a posição crítica ante as iniciativas governamentais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Encontrou algum erro? Entre em contato