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Empresários defendem maior preparo para a Alca

Por Agencia Estado
Atualização:

Empresários que participaram hoje de seminário promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas, reforçaram em suas palestras que o Brasil precisa se preparar para aderir a Área de Livre Comércio das Américas (Alca), realizando lições de casa, como a reforma tributária, a redução de custos de financiamentos e mudanças na legislação trabalhista. Ivoncy Ioschpe, presidente da Inova Investimentos, disse que a Alca é uma boa opção mas não é o caminho único. Ele acredita que é necessário uma participação maior dos empresários nas negociações e uma redução da dependência externa. José Augusto Marques, presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base, disse que é importante que o comércio tenha uma participação nas negociações e que promova uma redução na tributação, e uma legislação que reduza os encargos trabalhistas. Segundo ele, os empresários tem que tratar o tema Alca com pragmatismo e exigirem isonomia. Henrique Rzezinski, vice-presidente de relações externas da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), disse que o setor da aviação busca um campo nivelado de isonomia de crédito à exportação e redução nos subsídios. Perguntado se no orçamento do BNDES 21% são destinados à Embraer, Rzezinski disse que é menos do que a empresa precisa para exportar. Ele disse que a companhia aérea tem 97% de sua produção destinada à exportação e tem contribuído para as reservas internacionais brasileiras no montante de US$ 1 bilhão anuais, e também é geradora de empregos. O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, disse que o setor empresarial brasileiro é competitivo, e apesar da conjuntura recente desfavorável, o comércio brasileiro vem demonstrando dinamismo. Ele observa que o País é o maior produtor mundial de café, laranja e açúcar e o terceiro maior produtor mundial de frutas. Ele disse que a produtividade agrícola, de acordo com o Ministério da Agricultura, aumentou em 70% ao longo dos últimos dez anos, e em 2001 o agronegócio exportou US$ 24 bilhões. E apenas em 2002 o setor de agronegócios será responsável pela criação de 1,2 milhão de empregos. O ministro afirmou também que a indústria brasileira tem demonstrado dinamismo e que os dados do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior demonstram que de 1992 a 2000 a produtividade aumentou 65% ao ano. Para ele, a Alca só será uma alternativa atraente para o Brasil se puder contribuir qualitativa e quantitativamente para inserção nos fluxos de comércio e investimentos internacionais. O seminário, "A Opção Alca", foi realizado no Hotel Mofarrej, pelo Comitê de Cooperação Empresarial da Fundação Getúlio Vargas.

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