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Empresários e trabalhadores querem integrar CMN

Por Agencia Estado
Atualização:

A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) vão pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a ampliação dos membros do Conselho Monetário Nacional (CMN) dos atuais três integrantes para nove. O governo teria, além dos ministros da Fazenda e do Planejamento e o presidente do Banco Central, outros dois representantes. Os empresários seriam representados por dois membros e os sindicatos por outros dois. Todos seriam escolhidos pelo presidente da República. A proposta de ampliação e democratização do CMN foi lançada num ato nesta manhã no Sindicato dos Bancários de São Paulo. Desde 1994, a composição do CMN é restrita aos três representantes da equipe econômica, mas historicamente o conselho teve composição mais ampla. No seu lançamento, em 1964, eram nove integrantes, com uma média histórica de 20 membros, e um recorde durante o governo José Sarney, quando eram 27 representantes. Na proposta inicial da CUT, o conselho teria dez representantes e não nove, como foi sugerido, porque incluiria também um representante do meio acadêmico. Na defesa da ampliação do CMN, os representantes dos empresários e dos trabalhadores lembraram as responsabilidades do conselho, que fixa as metas anuais de inflação, a TJLP e as diretrizes gerais das políticas de crédito e de câmbio. O presidente da CNI, Armando Monteiro, disse que há uma relação direta entre o modelo hermético do CMN nos últimos anos e a persistente alta das taxas de juros. Para o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em vez de reclamar das decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), os empresários e trabalhadores devem se antecipar a essas decisões, participando do estabelecimento das metas. "Hoje, o CMN são três pessoas que quase são duas", disse Skaf, repetindo colocação feita por outros participantes do ato que vêem uma sintonia entre o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente do BC, Henrique Meirelles, em contraposição às posições do ministro do Planejamento, Nelson Machado. O presidente da CUT, Luiz Marinho, defendeu que o CMN defina metas mais amplas, não restritas a inflação, visando também o crescimento, a massa salarial e a renda do trabalhador. Participam também do evento o ex-ministro Luiz Carlos Bresser Pereira e os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo e Ricardo Carneiro, ambos da Unicamp.

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