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Empresários querem mais

Novas reivindicações foram feitas a Meirelles, na Fiesp

Por Ricardo Leopoldo e Paula Puliti
Atualização:

Empresários da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) pediram ontem ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, medidas efetivas para conter a valorização do real. Na reunião, fechada, na sede da entidade, estavam presentes, entre outros, banqueiros da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), além de Paulo Skaf e Roberto Giannetti da Fonseca, respectivamente, presidente e diretor de Relações e Internacionais e de Comercio Exterior da Fiesp. No fim do encontro, nenhum empresário quis relatar o que foi discutido. Mas uma fonte disse ao Estado que a principal razão da discrição é que "câmbio não se anuncia, se pratica". Quis dizer com isso que, se viessem a público as medidas em estudo, que "talvez um dia o Banco Central adote", provocariam especulações no mercado e poderiam "morrer antes de serem postas em prática". O câmbio, disse a fonte, é um tema muito sensível e houve consenso de que a valorização do real tem limite e acima desse limite é um problema e não interessa ao País. No geral, os empresários manifestaram interesse na adoção de medidas para conter a valorização do real. Segundo outra fonte, o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Paulo Vieira da Cunha, que falou pelo BC antes da chegada de Meirelles, disse que alguns pontos abordados na reunião já estão sendo analisados, como aumentar a dispensa da cobertura cambial, hoje limitada a 30%, e outras decisões administrativas que poderiam reduzir as barreiras ao fluxo de dólares, especialmente do Brasil para o exterior. Entre as propostas, algumas já haviam sido feitas pela Fiesp, como a criação do Adiantamento de Contratos de Câmbio (ACC) em reais, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A idéia é reduzir as pressões de ingresso de dólares quando os ACCs são concedidos aos exportadores. Outra opção seria a liberação de recursos dos depósitos compulsórios no BC. DEMANDA SEM PRESSÃO Na reunião, Meirelles ainda disse que não observa inflação de demanda. Segundo ele, a pausa na redução dos juros foi uma medida preventiva, numa conjuntura marcada por sinais de alta do consumo e da inflação. Para ele, o atual ciclo de expansão da demanda não causa pressões exageradas na inflação.

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