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Empresários temem "status quo" no Porto de Santos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os representantes das indústrias e empresas usuárias do Porto de Santos não conseguiram um lugar na nova empresa de economia mista que será formada para administrar o porto no lugar da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), estatal ligada à União. Com isso, eles temem que o processo de regionalização do porto acabe mantendo o "status quo", com interesses políticos prevalecendo sobre os econômicos. Iniciada no ano passado, a regionalização passará a administração do porto da União para o governo estadual, com participação minoritária dos municípios portuários (Cubatão, Santos e Guarujá). O modelo do estatuto da nova empresa que substituirá a Codesp está sendo analisado pelo Ministério dos Transportes. "A indústria não tem direito a voto e estamos batalhando por uma cadeira no Conselho da administração da futura companhia", afirma o diretor da Ciesp de Cubatão, Ricardo Felipe Lascane. Ele representou a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) no grupo formado no ano passado para estudar a regionalização, com representantes da União, do Estado, dos municípios, dos portuários e das empresas. Recentemente, o grupo entregou o estudo para a regionalização para o ministro dos Transportes, Alderico Lima. Segundo Lascane, o presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, já se reuniu com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para discutir o assunto. "Se o Estado passar a gerir o porto sem fazer mudanças, não vai adiantar nada; vai ficar tudo como está", disse Lascane, defendendo para o porto uma administração "técnica". Custos logísticos De acordo com as empresas usuárias, a nova gestão de Santos deveria estar atenta para a diminuição dos custos logísticos, principalmente da exportação. Os custos de movimentação de Santos caíram bastante desde a privatização, mas segundo os empresários, poderia cair mais. Atualmente, a tarifa do Terminal de Contêineres (Tecon) é de US$ 220 por contêiner, bem inferior aos cerca de US$ 600 do período pré-privatização, mas ainda bem maior do que os US$ 150 do Porto de Buenos Aires. A gerente de logística da Kodak, Maria Cristina Bertoni Ferreira, afirma que as empresas ainda estão para ver mais efeitos positivos da privatização. De acordo com ela, a burocracia diminuiu sensivelmente nos anos 90, mas continua grande, aumentando os custos logísticos para a empresa. O Porto de Santos, que tem 14 km de extensão, movimentou no ano passado 48 milhões de toneladas de carga, volume 11,78% superior ao do ano 2000 e recorde histórico anual. O porto foi no ano passado o responsável pelo escoamento de 24,8% das exportações brasileiras. Para ler mais sobre o setor de Transportes e Logística, acesse o AE Setorial, o serviço da Agência Estado voltado para o segmento empresarial.

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