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Empresas americanas já substituem brasileiros

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Por Redação
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Em muitos restaurantes e nas filiais da Dunkin Donuts da região de Framingham, a mudança é visível: onde antes trabalhavam predominantemente brasileiros, agora há americanos, na maioria brancos e de meia idade. A região tem uma das maiores concentrações de imigrantes brasileiros ilegais dos Estados Unidos. Mas muitos foram embora por causa da recessão. Outros ficaram, mas foram substituídos por americanos, conta Fausto Rocha, diretor executivo do Centro do Imigrante Brasileiro. O departamento de imigração tem apertado o cerco sobre imigrantes ilegais, o que desestimula as empresas de contratá-los. Mas até os que estão legalmente no país e poderiam trabalhar acabam afetados. Pela lei, os empregadores são proibidos de discriminação contra estrangeiros. Mas, na prática, muitos optam pelo "patriotismo". "Os americanos não conseguem arrumar emprego, e aí veem todos esses estrangeiros trabalhando, é natural que fiquem com raiva", diz Jim Rizoli, que apresenta um programa anti-imigrantes ilegais, especialmente "anti-brazucas", que vai ao ar na TV local. Também cresceu muito o número de incidentes trabalhistas envolvendo imigrantes brasileiros ilegais, diz Fausto. Por semana, entre 5 e 15 brasileiros vão ao centro porque levaram calote de seus empregadores ou tiveram algum outro problema com a remuneração. Antes da crise, Fausto via no máximo dois casos desses por mês. O governo do Estado também está se valendo de uma "força tarefa" contra a economia informal, que atinge grande parte das empresas de brasileiros ilegais ou onde eles trabalham.

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