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Empresas apostam em consumo via aplicativos

Companhias como Starbucks, Uber e Easy Taxi veem nos apps novas fontes de receita e fidelização de clientes

Por Thiago Sawada
Atualização:

Os norte-americanos costumam beber café todos os dias, muitas vezes fora de casa: e não é raro que se percam minutos preciosos entre a fila do pedido e o pagamento no caixa para obter a bebida. Há alguns anos, a maior rede de cafeterias do mundo, a Starbucks, mudou esse jogo, lançando um app que deixa seus clientes carregarem créditos e pedirem cafés remotamente. Com ajuda do GPS, a loja mais próxima do usuário sabe quando ele chegará e já deixa seu pedido pronto. A conveniência deu resultado: hoje, 24% das transações do Starbucks nos EUA e no Canadá são feitas pelo app. Além de trazer conforto ao cliente, o sistema gerou fluxo de caixa para a empresa. “O dinheiro que ficava parado na conta do cliente agora está no bolso da Starbucks, que pode usá-lo para investimentos”, diz o responsável pela área de dispositivos móveis da consultoria Concrete Solutions, Victor Lima. A Starbucks não é a única. Empresas como Uber, Easy Taxi e iFood, cada uma a seu modo, têm apostado na integração de formas de pagamento em seus aplicativos para conquistar os clientes – e, de quebra, obter uma porcentagem a mais sobre o pagamento. “Quando o cliente paga pelo app, a empresa fica com uma parte da transação”, diz Lima.  Uma das vantagens desse tipo de pagamento é torná-lo quase imperceptível, como ocorre no Uber. Ao solicitar que o usuário insira o número do cartão de crédito para usar o aplicativo, a cobrança da corrida passou a ser feita de uma forma “automágica”: o passageiro paga pelo serviço sem a necessidade de colocar a mão no bolso para pegar a carteira ou o celular.  Estratégia parecida foi adotada pelo Easy Taxi há três anos: ao chamar um táxi pelo app, o usuário tem a opção de pagar diretamente na plataforma, após inserir os dados de seu cartão de crédito. A diferença para o Uber é que cada pagamento deve ser confirmado, inserindo uma senha no celular do taxista ao final da viagem. “O pagamento no app é conveniente porque o passageiro pode deixar a carteira em casa – e evita o problema de o motorista não ter troco”, diz o presidente do Easy Taxi, Jorge Pilo. Quando o pagamento é feito dentro do app, a empresa fica com 12% do valor das corridas. Para incentivar a prática, o Easy Taxi já investiu em parcerias com o Santander e Johnnie Walker, dando descontos aos clientes.  Além da falta de costume, há outro empecilho para os pagamentos via app: a resistência para cadastrar os dados do cartão. “É preciso ganhar a confiança do usuário”, diz Marcelo Bellini, executivo da Safran, que fornece tecnologia para pagamentos móveis.

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