Publicidade

Empresas brasileiras vão para a NUVEM

Crescimento do mercado local estimula empreendedores e atrai gigantes como a Amazon

Por Renato Cruz
Atualização:

O evento Oracle OpenWorld Latin America, que começa amanhã em São Paulo, terá um estande da Amazon Web Services, serviços de computação em nuvem da gigante do varejo virtual. A brasileira Dedalus é parceira da empresa no País. "Estamos trabalhando há um ano com eles", afirmou Maurício Fernandes, presidente da Dedalus. "Mas eles são muito discretos."A Dedalus tinha uma operação de centros de dados, chamada DHC, que foi vendida para o UOL em 2009. "Depois que vendemos o data center, começamos a contratar o serviço deles para nossos clientes, sem nenhum vínculo", disse Fernandes. "Depois de 20 clientes, nos chamaram para conversar. Perguntaram sobre o mercado brasileiro e ficaram animados." Atualmente, a Dedalus tem cerca de 50 clientes na Amazon.Computação em nuvem é o nome que se dá para infraestrutura de tecnologia da informação e software vendidos como serviço. No desenho que representa uma rede, a internet costuma ser representada por uma nuvem, porque é impossível mostrar todos os computadores e conexões que formam a rede mundial. Daí vem o nome computação em nuvem.Os analistas costumam dividir o mercado em nuvem pública e nuvem privada. Nuvem pública é a internet, em que várias empresas compartilham recursos remotamente. Nuvem privada pode parecer uma contradição em termos, mas é a aplicação das tecnologias de nuvem à infraestrutura de uma empresa. No lugar de cada aplicação ter seu servidor e seu sistema de armazenamento, por exemplo, esses recursos são compartilhados.Mercado. A consultoria IDC tem um estudo sobre o tamanho do mercado de nuvem pública no Brasil. Ele deve passar de US$ 64 milhões no ano passado para US$ 491 milhões em 2014. A fatia com maior potencial de crescimento é de software como serviço, que deve passar de 32% do total em 2010 para 39% em 2014.Esse mercado tem atraído cada vez mais empresas iniciantes de tecnologia. "Daqui para a frente, todo mundo que desenvolve software tem de ser para a nuvem", afirmou Anderson Figueiredo, gerente de Pesquisa e Consultoria da IDC. Para ele, existe um grande mercado nas empresas pequenas, que não precisam mais comprar servidor ou licença de software.No ano passado, entre 18% e 20% das empresas brasileiras grandes e médias usavam soluções de computação em nuvem. Atualmente, esse porcentual está em 30%. Figueiredo vê três grandes barreiras ao crescimento do mercado: as preocupações com segurança, os problemas de qualidade com as conexões de internet no Brasil e o próprio entendimento do conceito pelos clientes.Tablets. "De certa forma, não devemos ter a pretensão de explicar o que é nuvem para o cliente, mas de entregar alguma coisa que funciona", afirmou Leandro Fraga, presidente da MIPC. Sua empresa forneceu uma solução de computação em nuvem para a Fundação Instituto de Administração (FIA), que ofereceu cerca de 100 tablets para seus alunos com o conteúdo de seu MBA Executivo. Com a solução da MIPC, o tablet funciona como um terminal, que permite ao aluno acessar remotamente seu computador pessoal, instalado na nuvem, com todo o conteúdo do curso. "A economia do material em papel cobre mais da metade do custo do tablet", afirmou Fraga. A MIPC começou a vender no ano passado sua solução de computação em nuvem, e espera terminar o ano com cerca de 5 mil usuários. "O potencial é enorme", completou o executivo.A Go2NeXt é uma empresa criada este ano por Paulo Pichini, que tem 25 anos de experiência no mercado de tecnologia da informação. O objetivo da companhia é explorar as oportunidades no mercado de nuvem privada. "Trabalhamos como facilitadores, adaptando a infraestrutura das empresas para o uso de nuvens", explicou Pichini. "Tem muita empresa grande fazendo projeto."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.