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Empresas com investimento na Argentina perdem na Bolsa

Por Agencia Estado
Atualização:

Os investidores espanhóis não levaram mesmo a sério as medidas anunciadas no último domingo pelo governo argentino e castigaram, mais uma vez, as companhias com grandes investimentos nesse país. Pelo segundo dia consecutivo, o Ibex 35, que agrega as ações mais negociadas na Bolsa de Madri, caiu 2,02%, ficando em 7.852 pontos, abaixo do patamar ?psicológico? de 8.000 pontos. Embora o desempenho da bolsa espanhola tenha sido afetado também por outros fatores, as incertezas geradas pelo novo pacote econômico da administração Duhalde fizeram despencar os papéis das principais multinacionais espanholas, entre elas os da Telefónica e Repsol YPY, com perdas de 2,83% e 1,39%, respectivamente. Mas foram os bancos Santander Central Hispano (SCH) e Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) que tiveram suas ações mais depreciadas nesta terça-feira, quando caíram 3,62% e 3,22%, respectivamente. Outro dado negativo que fez o Ibex 35 recuar para aquém de 8.000 pontos foi a publicação, nos Estados Unidos, do denominado Napam, da Associação Nacional de Gerentes de Compras, que caiu abaixo de 50%, rompendo as expectativas geradas na semana passada sobre a recuperação da economia norte-americana. Mas é a Argentina que ainda vem influenciando negativamente o humor dos investidores espanhóis, que têm grandes dúvidas e estão muito pessimistas sobre os efeitos da flexibilização do "corralito" financeiro (congelamento parcial dos depósitos ) nos resultados dos bancos espanhóis. Analistas do mercado acreditam que os custos para os grandes bancos, como o Santander e o BBVA, poderão ficar entre US$ 1,5 bilhão e US$ 10 bilhões. Margem, de acordo com outros especialistas, demasiadamente longa entre uma e outra cifra. Além disso, a pesificação total da economia argentina, com a qual o governo determinou a transformação dos depósitos em dólares na base de 1,4 peso o dólar e os créditos concedidos na base de 1 peso por dólar, pode criar fortes desequilíbrios entre ativos e passivos dessas instituições financeiras. Os constantes protestos diante da situação política e econômica do país e uma possível situação de anarquia, que ainda podem piorar e se intensificar, também preocupam a Espanha. Leia o especial

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