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Empresas dão crédito para catadores de lixo

Projeto-piloto, liderado por Banco Real, Suzano e ONGs, destinou R$ 360 mil a cinco cooperativas de São Paulo

Por Andrea Vialli
Atualização:

Um grupo de empresas e ONGs - Suzano Papel e Celulose, Banco Real, Fundação Avina e Instituto Ecofuturo - acaba de criar um fundo para destinar microcrédito a cooperativas de catadores de resíduos. O piloto da iniciativa recebeu R$ 360 mil em recursos dos parceiros envolvidos, já destinados a cinco cooperativas da região metropolitana de São Paulo. Os recursos, reembolsáveis, serão pagos em até 24 meses, com correção monetária. A idéia é permitir que os catadores tenham acesso a uma modalidade de crédito e consigam estruturar suas atividades. ''''Queremos aproximar as cooperativas do sistema financeiro e fomentar a cadeia produtiva da indústria de reciclagem'''', explica Paulo Groke, gerente de projetos do Instituto Ecofuturo. Os recursos financeiros estão sendo aplicados na compra de equipamentos, como prensas, balanças e fragmentadores de papel. Também serão usados para capital de giro e cursos de gestão para as cooperativas. A Cooper VivaBem, localizada na Vila Leopoldina, região oeste da capital, recebeu R$ 39 mil e vai comprar duas prensas para compactar as cerca de 120 toneladas de material que recolhe mensalmente. ''''São 63 cooperados com uma renda mensal média de R$ 620. Muitos são presidiários em liberdade condicional e ex-moradores de rua que viram na reciclagem uma alternativa ao desemprego'''', diz Tereza Montenegro, presidente da cooperativa. Formada em matemática e ex-funcionária da Gradiente, Tereza entrou no ramo para fazer um trabalho social e acabou virando microempresária da reciclagem. CADEIA Desde 2001, a divisão de papel e celulose da Suzano já trabalha com cooperativas de catadores, que se tornaram fornecedores de aparas de papel para fabricação do Reciclato, marca de papel reciclado da companhia. Com o aumento da demanda por esse tipo de papel, a empresa precisou buscar mais suprimento. Hoje, já são 84 cooperativas em todo o Estado de São Paulo, que fornecem 700 toneladas de aparas por mês. Estima-se que existam 300 mil catadores em todo o País. ''''É uma cadeia que precisa ser desenvolvida e sair da informalidade para atender à demanda crescente da indústria'''', diz André Dorf, diretor da unidade de negócios de papel da Suzano. As vendas de papel reciclado crescem em torno de 15% ao ano - só este ano, a Suzano deve produzir 40 mil toneladas. O PROJETO Microcrédito: O fundo, com aporte inicial de R$ 360 mil, vai financiar cinco cooperativas da Grande São Paulo - Pacto Ambiental, CooperAção, Cooperativa Granja Julieta, Coreji e CooperVivaBem Pagamento: Os recursos são reembolsáveis e deverão ser pagos em 24 meses Gestão: Os recursos serão gerenciados pelo Instituto Ecofuturo, que também realizará cursos de gestão nas cooperativas Expansão: O reembolso feito pelas cooperativas vai alimentar o fundo e permitir que outras cooperativas sejam beneficiadas. O projeto busca outros financiadores

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