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Empresas de Eike Batista têm prejuízo de R$ 1 bilhão em 2011

Em 2010, perdas das empresas de capital aberto da holding EBX haviam sido de R$ 448 milhões

Por Glauber Gonçalves , Monica Ciarelli (Broadcast) e RIO
Atualização:

As seis empresas de capital aberto do grupo EBX tiveram prejuízo de R$ 1,02 bilhão em 2011. Esse foi o resultado negativo mais expressivo já apresentado pelo conglomerado do bilionário Eike Batista, ultrapassando a perda de R$ 448 milhões de 2010, aponta levantamento feito pela consultoria Economática. Os números são explicados principalmente pelo fato de as companhias estarem ainda em fase pré-operacional. A EBX argumenta que resultados negativos são normais em empresas que ainda não deram início às suas operações. Nessa fase, as empresas do grupo - OGX, MMX, OSX, MPX, LLX e PortX - estão desembolsando somas bilionárias para colocar de pé grandes empreendimentos, como o Complexo Industrial do Porto do Açu, em São João da Barra, no Norte Fluminense, e a produção de petróleo em campos nas bacias de Campos e de Santos.Entre 2011 e 2012, o grupo está investindo US$ 15,5 bilhões em empreendimentos que geram cerca de 20 mil empregos. No ano passado, o maior prejuízo foi registrado pela OGX, empresa de petróleo do grupo: R$ 482,2 milhões. A companhia é também a que detém o maior valor de mercado entre as seis. De acordo com apuração da Economática feita anteontem, a OGX valia R$ 49,4 bilhões. No total, as empresas abertas da EBX são cotadas em R$ 72,37 bilhões.A divulgação dos resultados da companhia de óleo e gás no fim da semana passada desagradou parte do mercado, que se desfez dos papéis da empresa, puxando as ações para baixo. O movimento foi motivado pelos números de produção referentes ao poço de Waimea terem vindo abaixo das expectativas do mercado, disse o analista Rafael Andreata, da corretora Planner."Tem gente achando que há um risco embutido e que a empresa poderia não chegar nesses 40 mil ou 50 mil barris por dia", disse, sobre a expectativa de produção da empresa para o fim do ano. A avaliação do analista sobre o futuro da OGX, porém, continua positiva. "Tem ainda a questão de injeção de água no poço, que vai aumentar a pressão e, é natural que a produção aumente", afirmou o analista,Expansão. Antes mesmo do início das operações de algumas de suas empresas, a EBX está trabalhando em novos planos e na ampliação de projetos em andamento. Ontem, Guilherme Escalhão, presidente da empresa de mineração e operação portuária do grupo, a MMX, disse esperar para abril as audiências públicas necessárias à obtenção das licenças ambientais para o projeto de expansão do Porto Sudeste, que está sendo construído no litoral fluminense.A mineradora quer ampliar a capacidade do projeto de 50 milhões para 100 milhões de toneladas por ano. Em teleconferência com analistas, o executivo lembrou que o projeto será importante para escoar a produção da mina de Serra Azul, em Minas Gerais, e também aproveitar a demanda de terceiros por serviços portuários.

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